IPT faz levantamento sobre aplicação da tecnologia de impressão 3D

As principais dificuldades encontradas são maturidade tecnológica, custos e conhecimento da tecnologia

 06/02/2019 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 07/02/2019 às 9:15

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Uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) sobre os desafios de adoção da manufatura aditiva indicou os altos custos de implantação do processo e o fato de a tecnologia ainda não ter atingido uma produtividade ou uma qualidade final que faça concorrência àquelas já estabelecidas como os principais gargalos para a aplicação da tecnologia, também conhecida como impressão 3D. As principais dificuldades encontradas pelas empresas para a aplicação de manufatura aditiva foram maturidade tecnológica (53%), custos (40%) e conhecimento da tecnologia (13%). Para falar sobre o assunto, o Jornal da USP no Ar conversou com Daniel Leal Bayerlein, pesquisador do Laboratório de Processos Metalúrgicos do IPT.

Foto: Lutz Peter via Pixabay – CC

Segundo Bayerlein, no Brasil há pesquisas no campo de impressão 3D há mais de 15 anos, porém, no passado estava mais vinculado a institutos de pesquisa. Atualmente a tecnologia vem ganhando o mercado de trabalho. A técnica pode ser utilizada com polímeros, metais e cerâmicos. Com relação aos metais, setor em que Bayerlein trabalha, a manufatura aditiva vem trabalhando com ligas à base de titânio, que têm como vantagem a densidade baixa, permitindo a produção de peças para as áreas médica e aeroespacial.

O pesquisador, contudo, conta que a tecnologia ainda é cara no Brasil. “A produção do pó metálico que vai ser utilizado para a impressão 3D é muito cara”. Além disso, as máquinas utilizadas também possuem alto valor e produtividade baixa. Mesmo assim, para certos objetos, o custo da matéria prima não é de tudo importante, uma vez que muitas das peças fabricadas são de tamanho pequeno, como é o caso de pedaços de ossos utilizados na área médica.

Para Bayerlein, a grande inovação dessa tecnologia é a capacidade de produzir peças especiais, “O custo para produzir dez ou mil peças é o mesmo, porque você não precisa produzir moldes” explica. O nível de capacitação da mão de obra também é necessário que seja elevado, o que faz com que sejam poucas as pessoas aptas a trabalhar nesse meio.

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