Ferramentas moleculares permitem descoberta de novas espécies marinhas

Mariana Cabral de Oliveira explica que, com esse método, é possível conhecer melhor os organismos que ocorrem na costa brasileira

 04/02/2022 - Publicado há 2 anos

 

Quando ferramentas moleculares começaram a ser utilizadas, os pesquisadores perceberam que muitas espécies foram identificadas de maneira incorreta – Foto: wirestock via Freepik
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O Brasil é considerado um país megabiodiverso em sua porção continental, ou seja, abriga um dos maiores índices de biodiversidade do mundo em ambientes terrestres e de água doce. Em ambiente marinho, apesar da grande riqueza de espécies, o País não é considerado megabiodiverso.

Nas regiões mais rasas e próximas da costa, essas informações são coletadas com mais facilidade. “À medida em que vai aumentando a profundidade, a gente conhece menos espécies”, afirma Mariana Cabral de Oliveira, professora do Instituto de Biociências (IB) da USP. “Mas quando a gente consegue acessar as profundidades maiores, a gente sabe que ali existe uma comunidade bastante rica de espécies que é desconhecida”, explica ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

Segundo Mariana, tradicionalmente a descrição dessas espécies é feita a partir da sua morfologia, ou seja, sua aparência. Quando ferramentas moleculares começaram a ser utilizadas, os pesquisadores perceberam que muitas espécies foram identificadas de maneira incorreta. 

Mariana Cabral de Oliveira – Foto: Arquivo pessoal

Importância do DNA

 

“O que a gente usa são sequências de DNA”, explica Mariana. “A gente sequencia pedaços do genoma desses organismos e compara com outros organismos.” Com esse método, é possível entender melhor quais são as espécies que ocorrem na costa brasileira e como elas são diferentes de outras espécies ao redor do mundo.

Recentemente, também foi descoberto um extenso sistema recifal marinho na região da foz do rio Amazonas. Esses recifes, de acordo com a professora, podem funcionar como uma conexão entre as espécies do Caribe e do sul do Amazonas.

Mariana ressalta que é importante conhecer essas espécies pois, além de recursos pesqueiros, há um grande potencial para fornecer substâncias com aplicação médica ou tecnológica. “Sem contar que metade do oxigênio que a gente respira vem dos oceanos, então a gente precisa proteger esses ambientes para a nossa sobrevivência básica”, conclui.


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