Em ano eleitoral, a discussão acerca do processo de transição de governo se faz bastante pertinente. É comum que a troca de mandatos seja tratada como uma ruptura, sem diálogo entre o mandatário recém eleito e o governante anterior. A análise é de Fernando de Souza Coelho, professor de gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e especialista em Administração Pública.
Fernando Coelho comenta que processos de transição de poder total – quando, além do mandatário, se altera o grupo político no governo – costumam ser os mais afetados por essa ausência de diálogo. Essa “intransição” se mostra, por exemplo, com desaparecimento de materiais e documentos, deletamento de arquivos e ocultação de informações sobre quadro de finanças públicas. Isso leva a uma agenda de improviso, principalmente nos primeiros meses do novo governo, o que resulta em desperdício e ineficiência na administração pública.
Tais características, que apresentam justificativas políticas e partidárias, acabam por prejudicar a população. Para o professor, seria importante que o processo de transição fosse institucionalizado juridicamente, com a criação de procedimentos básicos de troca de informação entre equipes de governo. Assim, seria cada vez mais incomum o cenário de terra arrasada característico de períodos pós eleições, conclui Coelho.
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