Uma tendência das empresas jornalísticas, no Brasil e no mundo, é a integração de suas redações, como aconteceu recentemente com o Grupo Globo, que anunciou a fusão da redação da revista Época com a dos jornais O Globo e Extra. Para o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, esse tipo de manobra é uma das maneiras que as empresas têm tentado encontrar diante do problema estrutural do modelo de negócios do jornalismo. A vantagem, para elas, é a de cortar pessoal, integrando as operações de veículos de um mesmo grupo. Ou seja, como sempre, as empresas tentam resolver seus problemas pela via do corte de custos, sem atentar para o fato de que a solução para isso seria a de encontrar novas formas de gerar receitas.
A desvantagem, a médio prazo, é que a qualidade do produto vai sofrer. E “no longo prazo, a identidade de cada veículo tende não só a ser afetada como até a desaparecer”. Por sua vez, o profissional de jornalismo também sofre com a adoção dessa prática. Além de trabalhar mais, a qualidade de seu trabalho tende “a decrescer de imediato”, argumenta Lins da Silva.