Empreender, verbo transitivo direto, significa tentar, decidir, realizar, executar. O empreendedorismo é a ação de empreender. O termo é encontrado normalmente em assuntos relacionados ao mundo corporativo. Mas vai muito além disso. Afinal, a palavra “empreendedor” deriva da palavra francesa entrepreneur, que significa, entre outras coisas, uma pessoa que assume riscos.
Já o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) diz que o empreendedor é “aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação”. Ou seja: que assume os riscos de uma nova ação.
O empreendedorismo sempre foi e sempre será a mola propulsora da economia em todo o mundo. Dados do governo federal, por exemplo, dão conta de que, anualmente, surgem 600 mil novos empreendimentos no Brasil. Por outro lado, o “correr riscos” também apresenta sua conta: segundo estudos realizados, de cada 100 empresas abertas, apenas 15% sobrevivem após dois anos de abertura.
Empreendedorismo e inovação são como dois lados de uma mesma moeda, que, se estiver parada, não tem valor algum. Para empreender, é preciso ter espaço para criar, colocar ideias em prática e de fato inovar. Nenhuma empresa que fique “engessada no tempo” poderá se sustentar no longo prazo e continuar crescendo no mercado.
Para falar sobre Empreendedorismo e Inovação no Brasil, o programa Diálogos na USP recebeu os professores Moacir de Miranda Oliveira Junior, chefe do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FEA da USP, e Davi Noboru Nakano, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP e pesquisador do Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados – IEA da USP.
Davi Nakano vê o empreendedorismo como uma atividade de risco, especialmente em momentos em que o clima econômico é desfavorável. Por outro lado, aponta que é esse momento negativo que impulsiona o “empreendedorismo por necessidade”, uma alternativa que se fortalece em situações de crise.
Oliveira Junior concorda que o desemprego elevado contribui para o aumento do número de empreendedores, mas destaca que a Universidade está muito voltada para o “empreendedorismo por vocação”. Ressalta que a USP é a universidade mais empreendedora do Brasil e, por isso, está muito interessada em conhecimento intensivo em tecnologia, em empresas de base tecnológica. “Na FEA, temos o primeiro Mestrado Profissional em Empreendedorismo. Pretendemos ajudar as empresas a ter uma taxa maior de sucesso, especialmente o cientista, que tem muitas ideias, mas não sabe usá-las”, explica.
Nakano diz que a maior dificuldade é que a pesquisa tem um tempo diferente do mercado, “mas o mercado está mudando, a tecnologia está mudando e nós podemos ajustar o que fazemos para encontrar respostas em médio prazo”. Os dois pesquisadores concordam que o empreendedorismo precisa deixar de ser apenas um bom paper na Universidade.
Confira a íntegra do programa no link acima.
Esta edição do Diálogos na USP teve apresentação do jornalista Marcello Rollemberg e trabalhos técnicos de Márcio Ortiz. A produção é da equipe de jornalismo da Rádio USP.