Em ano de pandemia, estudantes se sentem mais inseguros em relação ao vestibular

Para Andreia Bertoleti da Silva, se as provas do vestibular não forem adaptadas à nova realidade, os alunos vão fazer o exame com uma certa defasagem e terão um desempenho um pouco menor do que em anos anteriores

 18/12/2020 - Publicado há 4 anos
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Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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Milhares de estudantes se preparam para disputar uma das 11.147 vagas da USP, 3.237 vagas da Unicamp e 7.630 da Unesp. E, nessa corrida em busca de uma cadeira na universidade, muitos recorrem aos cursinhos para se preparar melhor. No entanto, em ano de coronavírus e pandemia muita coisa mudou. As aulas passaram a ser on-line em virtude do isolamento e a adaptação foi difícil para os dois lados, como conta Andreia Bertoleti da Silva, presidente do cursinho Med Ensina, da Faculdade de Medicina da USP.

“Os roteiros das atividades passaram a ser semanais, em aulas gravadas, com exercícios e plantões on-line. Mesmo oferecendo uma infraestrutura para os alunos, a evasão chegou a quase 50%.” Apesar das dificuldades, Andreia acha que “os alunos estão preparados, mas ao mesmo tempo eu acredito que eles se sintam menos preparados do que em um ano com aulas presenciais.” Ela também  enfatiza que “se as provas do vestibular não forem adaptadas a essa nova realidade, os alunos vão fazer o exame com uma certa defasagem e terão um desempenho um pouco menor do que em anos anteriores”.

A estudante Jackelinni Sarah Notélio de Almeida, de 19 anos, que faz o Med Ensina desde o ano passado, vai tentar uma vaga em Medicina e diz que, “apesar de todas as ferramentas oferecidas pelo cursinho, estudar em casa não é um ambiente propício. Eu não me adaptei ao método de ensino on-line e acho que não vou me sair bem nas provas. O fator psicológico pesa muito”. Já Tiago Alves, de 20 anos, irá prestar o vestibular pela terceira vez, também tentando uma vaga em Medicina. Ele diz que, “apesar de este ser um ano atípico, eu me adaptei bem ao novo sistema de cursinho on-line  e acho que o conteúdo e a dificuldade da prova permanecerão os mesmos, apesar da pandemia. O diferencial será o uso do álcool em gel, distanciamento social e de máscaras”.

 


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