A desigualdade de gênero está presente em todos os setores da sociedade. E no esporte isso não seria diferente, a mulher sofre com o machismo diariamente no jornalismo esportivo. Foi pensando nisso que diversas profissionais da área esportiva se uniram para lançar a campanha #DeixaElaTrabalhar, em luta contra o assédio moral e sexual nas redações e estádios.
Nas últimas décadas, as mulheres vivenciaram avanços em vários aspectos e tiveram muitas conquistas em sua luta pela ampliação de seus direitos. Mas as diferenças ainda persistem.
Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado entre 2015 e 2016, mostra que, do total de homens e mulheres, em geral elas trabalham 18,1 horas por semana em trabalhos domésticos e eles, 10,5. No mercado de trabalho, a média salarial dos homens é de R$ 2.306,00, enquanto a das mulheres é de R$ 1.764,00. Eles ocupam 62,2% dos cargos gerenciais nas empresas e elas, apenas 37,8%.
Para a advogada Aline Costa, coordenadora da ouvidoria dos servidores do Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, “várias outras condutas e agressões são vedadas na legislação, podendo configurar, dependendo da agressão ou constrangimento, como importunação, atentado ao pudor, injúria e difamação ou até mesmo crime de estupro, dependendo da forma da agressão, ou seja, se há constrangimento com grave ameaça ou violência física. Atualmente, para ser configurado estupro, não basta apenas a relação carnal, mas qualquer outro ato libidinoso.”
Também ressalta que o assunto do assédio contra as mulheres ainda é pouco falado, mas é necessário que elas lutem pelos seus direitos de igualdade.
Ouça a entrevista no link acima.
Por Júlia Gracioli