A discussão conceitual e prática sobre modelos de desenvolvimento está ausente no debate eleitoral brasileiro de 2018. Há um predomínio inédito de narrativas, diagnósticos e propostas liberais e ultraliberais e uma criminalização do desenvolvimentismo, associado a uma suposta conexão entre as suas prescrições e a corrupção da máquina econômica estatal.
Dois livros ameaçam esse consenso fácil e ignorante. De um lado, Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro da Fazenda e professor da FGV-SP, defende o “novo desenvolvimentismo” como um “projeto para o Brasil”. De outro, professores da Unicamp invocam a “abordagem estruturalista”, no livro Para Além da Política Econômica, associada ao “social desenvolvimentismo”.
A grande “família” desenvolvimentista no Brasil rachou e o tema desapareceu do debate político às vésperas da eleição em que saúde, educação, segurança, trabalho e meio ambiente pairam como prioridades eternas sem que alguém ouse perguntar como, quando e quem vai pagar a conta.