O Brasil enfrenta sua pior seca em 91 anos. Com isso, ela se torna a pior ameaça contra safras de grãos no País. O plantio de soja, no Centro-Sul, por exemplo, já enfrenta deficiências por essa razão, o que traz impactos negativos para produtores, mas principalmente para o consumidor de alimentos. Nesse cenário, as crises econômica e política instauradas no País se somam e potencializam o cenário de instabilidade.
Em resumo, o grande problema passa pelo desequilíbrio da demanda. E as causas podem ser diversas. “O maior vilão não é o clima. Tivemos outros dois componentes que são: o aumento do preço do dólar e a pandemia”, analisa o professor Fábio Marin, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, lembrando do encarecimento das commodities brasileiras. A expectativa e previsão é que, com uma boa safra, a produção possa ser retomada em níveis maiores e a crise, atenuada.
O preço alto do dólar também foi sentido pelo produtor, que viu a compra dos insumos ficar mais cara. Já o consumidor da classe mais baixa acaba sendo o mais afetado com a alta inflação na compra de alimentos, cenário que pode se estender para 2022. A cana-de-açúcar e o café foram as principais safras afetadas pela crise hídrica e por um cenário climático desfavorável, como o caso da geada nos cafezais. “Podemos esperar, infelizmente, o aumento do preço do nosso café”, indica Marin.
“O clima da safra de verão ainda está em aberto. Com um clima adequado, esse quadro se reverte completamente”, analisa ele. Por conta do fenômeno La Niña, em que as águas do Oceano Pacífico se resfriam, as condições de chuva nas regiões Norte e Centro-Oeste podem melhorar.
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