Nesta edição do Anatomia Responde, o professor Luis Fernando Tirapelli descreve a importante sintopia localizada no segmento pelve: a relação anatômica da transição da porção abdominal e pélvica dos ureteres sobre as artérias ilíacas.
Os ureteres, a partir da sua origem como extensões das pelves renais, são dois órgãos tubulares e musculares de 25 a 30 cm de comprimento, divididos em seu trajeto descendente dos rins até a bexiga urinária, em três partes: abdominal, pélvica e intramural. Assim, na transição entre as partes abdominal e pélvica dos ureteres, quando os mesmos deixam a parede posterior do abdôme em direção às paredes laterais da pelve, ao passarem pela abertura superior da pelve verdadeira ou menor, eles apresentam uma angulação. Nesse local de angulação, os ureteres apresentam uma relação anatômica importante, já que passam anteriormente ou à frente das artérias ilíacas comuns ou ilíacas externas bilateralmente, para então se posicionarem junto às paredes laterais da pelve.
Essa angulação representa um dos locais potenciais onde podem ser encontrados cálculos renais que eventualmente se deslocam dos cálices renais ou da pelve renal em direção aos ureteres e bexiga urinária. Outros locais do seu trajeto também são locais potenciais para a ocorrência de cálculos renais: no seu início (junção ureteropélvica, pelo seu estreitamento inicial) e na sua última parte, a intramural (aquela que atravessa a parede da bexiga urinária).
O boletim Anatomia Responde é produzido pelo professor Luis Fernando Tirapelli, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, e pode ser conferido na íntegra no áudio acima.