Nos últimos anos, o Brasil e o mundo registraram, a cada período, uma nova epidemia de doenças. Doenças infecciosas emergentes, doenças transmissíveis novas ou que surgiram em um determinado país. O que está acontecendo? A Rádio USP conversou com o professor de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, o epidemiologista Expedito José de Albuquerque Luna, para entender.
Vamos começar pela história, que tem início no século 16, quando os exploradores espanhóis levaram a varíola, o tifo, o sarampo e a gripe espanhola a várias populações no mundo. Essa verdadeira guerra biológica levou a aproximadamente 50 milhões de mortes na época.
Depois da revolução industrial, ocorre uma melhoria das condições de vida da população e consequentemente uma redução das doenças infecciosas e um aumento das doenças crônicas, como as de coração ou o câncer. Essa transição epidemiológica ocorreu primeiro nos países desenvolvidos e depois nas Américas, segundo o professor Expedito Luna.
Vacinas e antibióticos
Apenas no século 20 apareceram as vacinas e antibióticos, gerando um grande otimismo na ciência e na população em geral com um possível extermínio das doenças infecciosas. Quando se imaginava que tudo estaria aparentemente sob controle, para surpresa de médicos e comunidade científica, surge o HIV, que assustou os Estados Unidos. Uma doença infecciosa, desconhecida e letal.
“O desenvolvimento das cidades seria uma das causas do surgimento de doenças ou retorno de outras. A população estaria migrando de sítios e fazendas para as grandes cidades”, avalia Luna, situação potencializada pela globalização, que ajuda a espalhar doenças novas como a covid-19 e a varíola. Ambas se disseminaram com a viagem de pessoas entre os continentes.
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