O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente o Censo Agro 2017, em que compara dados em relação ao último censo divulgado de 2006. Marly Teresinha Pereira, professora sênior da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, comenta que sua relevância está no fato de mostrar a atual situação da agropecuária brasileira e quais são as novas políticas necessárias para trabalhar sua melhoria.
A professora explica a diferença entre agricultura familiar, médio e grande produtor. Na primeira, as pessoas residem e exercem as atividades em um mesmo local. O último separa totalmente a relação da família com a produção, voltando-se principalmente ao aumento do lucro. O médio está entre as duas categorias, que ainda está sendo estudada, pois é uma categoria nova no agronegócio e possui programas voltados a ele.
O censo aponta uma diminuição de 9,5% nos estabelecimentos de agricultura familiar. A professora diz que não houve uma mudança no perfil da agricultura familiar, mas sim na legislação, que alterou os critérios para enquadrar o produtor como familiar, exigindo que metade da renda seja de origem rural. No entanto, devido aos problemas do campo, muitos acabam não cumprindo alguns critérios.
O uso de agrotóxicos também apresentou nas propriedades um aumento de 20,4%. Todavia, Marly Pereira acredita que alguns produtores já estão se abrindo para novos métodos que procuram diminuir o uso de pesticidas. Dados do Ministério da Agricultura, divulgados em abril de 2019, mostram que há no Brasil 17.730 produtores de alimentos orgânicos.
Ouça a matéria na íntegra no áudio acima.