Candidatos à Presidência da República terão desafios orçamentários para efetivar propostas ambientais

De acordo com Pedro Luiz Côrtes, recursos serão necessários para tratar demandas como a reconstrução do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente

 15/07/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 27/06/2024 às 9:31
Amazônia – Foto: Herton Escobar/USP Imagens
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Com a definição das candidaturas à Presidência da República será fundamental analisar os planos de governo de cada candidato. No que se refere à área do Meio Ambiente, o professor Pedro Luiz Côrtes, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, em conversa ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, indica demandas importantes que devem ser consideradas na proposta de um bom governo, como a reconstrução e recapacitação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do Ministério do Meio Ambiente, a partir da contratação e treinamento de funcionários e equipes de campo; retomada das operações de fiscalização com apoio da Polícia Federal para combater o desmatamento, a grilagem, a invasão de terras indígenas, o garimpo ilegal, a caça e a pesca ilegais; promoção de projetos de bioeconomia com uso de plantas para o desenvolvimento de fármacos, especialmente na Amazônia e no Cerrado; elaboração de um plano que priorize o uso de fontes renováveis de energia, desde os biocombustíveis até a geração solar e a geração eólica para energia elétrica; desenvolvimento de uma Política Nacional de Mudanças Climáticas que efetivamente ajude Estados e municípios nas ações de adaptação aos eventos climáticos extremos; elaboração de uma política habitacional que permita a retirada de pessoas que vivem em áreas de risco; promoção de planos de saneamento básico, envolvendo não só a coleta e tratamento de esgoto, mas também a correta gestão de resíduos sólidos urbanos; desenvolvimento de um mercado efetivo e regulador de carbono.

Desafios para implementação

Pedro Luiz Côrtes – Foto: IEA-USP

Segundo Côrtes, o maior desafio orçamentário pode ser a reconstrução do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente, pois é preciso contratar funcionários, fator que necessita de recursos e cria despesas permanentes. Para que os Estados e municípios possam desenvolver planos de adaptação às mudanças climáticas, recursos também se fazem necessários para tratar das áreas de risco e da drenagem urbana, além de vários outros aspectos que vêm sendo relegados a um terceiro plano. “Muitas das cidades já não estão adaptadas às condições habituais um pouco mais intensas do clima e quem dirá para as condições mais extremas que estão acontecendo”, reflete o professor.

 


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