E se o modelo sueco de remuneração de políticos passasse a ser usado no Brasil? Em sua coluna desta semana, Renato Janine Ribeiro diz que, para um brasileiro, a realidade da Suécia pode ser chocante. Lá, nenhum parlamentar tem direito a carro oficial. Eles recebem um passe que lhes dá direito a usar transporte coletivo livremente durante a vigência do mandato. Quando moram no interior do país, têm direito a passagens de trem e, neste caso, recebem moradia: uma quitinete, tipo quarto e sala, sem luxos, sendo responsáveis pelo pagamento das próprias despesas. No parlamento, há máquinas de café que funcionam mediante pagamento.
O que está por trás dessa ideia de uma remuneração mais limitada, de poucas vantagens e assessores? É a ideia de que o parlamentar está prestando um serviço público e que, portanto, não deve se beneficiar disso para obter vantagens pessoais.
No caso brasileiro, Janine diz que, quando olhamos o orçamento como um todo, se você corrigir todas as despesas excessivas, elas não serão tão grandes. “Mas elas são um exemplo de algo que não deveria ser feito”, destaca.
O professor lembra que o Brasil gasta 1,5% do seu orçamento com o Judiciário. “Isso não tem comparação com outros países da Europa Ocidental e da América do Norte, que gastam de 0,3 a 0,5% do PIB. Nós gastamos de 3 a 5 vezes mais, proporcionalmente, com o Judiciário. É uma despesa muito grande, que muitas vezes ultrapassa o teto constitucional”, compara. Outro questionamento é em relação ao papel do vice. “São quase 5.600 vices no Brasil. Precisamos de todos eles? Não poderíamos reduzir ou mesmo suprimir essa função?”, questiona.
Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Ética e Política.