A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro remonta a 1808, quando a Corte portuguesa se transferiu para o Brasil. Naquele ano, o regente D. João – mais tarde D. João VI – fundou, entre outras instituições, a Impressão Régia, primeira tipografia do Brasil, e a Biblioteca Real. Esta teve como primeiro acervo a coleção da Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, e somava cerca de 60 mil volumes.
A história da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro foi o tema da coluna “Bibliomania”, da professora Marisa Midori, que foi ao ar, pela Rádio USP, no dia 26 de maio.

Após a Independência do Brasil, em 1822, o acervo da biblioteca foi motivo de litígio entre o Reino de Portugal, que reivindicava sua posse, e a jovem nação, disse Marisa. A contenda seria resolvida com a compra, por D. Pedro I, de toda a coleção régia, mediante a fortuna de 2 milhões de libras esterlinas.
Em 1858, foi fundada uma nova sede e a biblioteca passou a organizar o acervo por seções temáticas. Havia as seções de Impressos, Manuscritos, Mapas e Estampas e Desenhos Originais, Pinturas e Esculturas.
No final do século 19, o acervo da Biblioteca Nacional era composto de 228 mil livros. Estima-se que, naquela época, cerca de mil novos títulos eram adquiridos a cada ano, pelo sistema de depósito legal.
Com a ampliação do acervo, foi preciso construir o novo edifício que abriga a Biblioteca Nacional atualmente. Inaugurado em 1910, ele apresenta uma fachada monumental, em estilo eclético, com predomínio de linhas neoclássicas, “bem ao gosto das capitais republicanas brasileiras”, como definiu a professora.
No interior do edifício, galerias verticais perfazem seis andares de estantes de aço esmaltado, que previam a capacidade de armazenamento de 1,5 milhão de volumes. “As cadeiras tinham estrutura metálica, com cobertura de madeira, acento de palhinha e encosto de couro, tudo importado dos Estados Unidos.”
É essa biblioteca que hoje compõe o maior tesouro bibliográfico da América Latina, acrescentou Marisa.
Ouça no link acima a íntegra da coluna “Bibliomania”, de Marisa Midori.