O Banco Central está avaliando mudanças na cobrança de juros do cheque especial. Essa modalidade de crédito apresenta tarifas altíssimas e, agora, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estuda uma redução dos valores cobrados. Rafael Paschoarelli, professor de Finanças do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, avalia negativamente a limitação de taxas pelo governo. Para o professor, o ideal seria criar condições de competição entre instituições financeiras, para que o cliente pudesse escolher entre as opções disponíveis de crédito.
Segundo Paschoarelli, a limitação de juros representa uma alteração artificial do mercado, o que é ruim para a economia. Ainda segundo o especialista, usar o cheque especial como complemento de renda é “apagar fogueira com gasolina”. O estímulo a essa prática, a partir de tarifas mais baixas, foge do objetivo dessa modalidade de crédito.
O professor projeta cenários que poderiam trazer bons resultados para esse serviço. A redução do compulsório recolhido dos bancos pelo Banco Central aumentaria o volume de recursos disponíveis para empréstimo, barateando as taxas. Além disso, Paschoarelli sugere a eliminação do IOF nas operações de crédito, imposto que teve um incremento importante depois do fim da CPMF. Por último, um estímulo a uma nova tendência de operação de crédito, as fintechs, empresas que unem tecnologia com serviços financeiros e tiram dos bancos a intermediação financeira.
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