A urna eletrônica tem se mostrado robusta e está em estado de maturidade 

Os pesquisadores apontam que o sistema das urnas eletrônicas possui várias camadas de segurança. “A urna só roda códigos assinados originalmente pelo TSE

 17/05/2022 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 20/05/2022 às 21:01
O Teste Público de Segurança (TPS) faz parte do processo eleitoral
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Especialistas da Escola Politécnica (Poli) da USP participaram de mais um Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS 22). Os pesquisadores também acompanharam a eleição suplementar em Garibaldi (RS) para coletar informações e contribuir para o aprimoramento das urnas eletrônicas.

Fernando Frota Redígolo – Foto: Larc-USP

O TPS é um processo que faz parte do processo eleitoral. Um ano antes das eleições, investigadores vão a Brasília e passam uma semana investigando possíveis vulnerabilidades das urnas. “Os problemas que forem apontados, o Tribunal Superior Eleitoral tem alguns meses para corrigir”, explica Fernando Frota Redígolo, do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Poli. Em seguida, no teste de confirmação que aconteceu recentemente, esses pesquisadores verificam se os problemas foram sanados.

Marcos Simplicio, professor do Larc, conta que esse processo “aumenta a robustez do sistema”. “Algumas medidas de segurança que existem hoje foram sugeridas por pessoas que participaram de TPS ao longo desses anos todos”, diz, em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição. Além dos especialistas da USP, investigadores, hackers, programadores, Polícia Federal e outros peritos participam do processo. 

Os pesquisadores apontam que o sistema das urnas eletrônicas possui várias camadas de segurança. “A urna só roda códigos assinados originalmente pelo TSE. Mesmo se eu tentar trocar todo o conteúdo da urna para ela fazer algo diferente, o TSE pode verificar que o resultado não foi produzido pelo seu software”, afirma Simplicio. Isso evita problemas de modificação dos equipamentos durante o transporte ou mesmo durante o dia de votação. 

Eleições do futuro

Além de proteger as urnas, o convênio firmado entre a Poli e o TSE busca aprimorar outros aspectos do sistema eleitoral eletrônico. Durante a participação na eleição suplementar de Garibaldi, os pesquisadores avaliaram a montagem da seção eleitoral, o tempo que os eleitores passam nas filas e nas cabines e consultam dificuldades enfrentadas pelos mesários. O objetivo é promover a redução de custos, aumentar ainda mais a transparência e formular proteções para diferentes cenários de ataque.

Marcos Simplicio – Foto: Poli/USP

Em relação às próximas etapas, Simplicio afirma que o TPS é encerrado para que o sistema seja lacrado. “Todos os achados foram tratados e a ideia agora é finalizar o software, colocar ele à disposição dos partidos para a verificação e na eleição fazer essa execução.”

Os pesquisadores ressaltam que o sistema eletrônico é seguro e eficiente para garantir as eleições. “Ao longo dos anos a urna tem se mostrado mais robusta e está em um estado de maturidade grande o suficiente. Está difícil achar qualquer coisa, qualquer brecha para explorar”, afirma o professor. Ainda assim, um novo TPS deve ocorrer já em 2023 para continuar a busca por formas de aprimorar o sistema.


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