Reler Tolstói para entender o mundo de hoje

Por Daniel Afonso da Silva, pesquisador no Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais da USP

 08/04/2024 - Publicado há 8 meses

“Reler Tolstói” foi dos últimos apelos de Henry Kissinger. A nova fase da tensão russo-ucraniana ultrapassava os dezoito meses quando ele morreu em novembro de 2023. As atenções ocidentais ao encontro da Ucrânia sucumbiam à fadiga. O consenso majoritário sobre apoios incondicionais ia se fragmentando. Os europeus restringiam suas contribuições de todas as ordens. Os norte-americanos bloqueavam todos os recursos futuros. Morrer por Gaza parecia mais consequente que morrer pelo Donbas. Um compromisso suportável entre Moscou e Kiev desaparecia do horizonte. Uma Cold Peace virara o destino mais consequente da situação. A Rússia e a Ucrânia se fixavam nos trilhos de guerras existenciais. Quem sabe eternas. Por certo, terminais. Os fantasmas de Stálin, enfim, contemporizavam com os fantasmas de Napoleão. Jogavam dados, jogavam cartas e trocavam conselhos. Tudo para lembrar da determinação dos russos na frustração dos demais. Tudo para, assim, sinalizar que era ilusão seguir acreditando que as forças ucranianas mais as forças aliadas iriam desconjuntar Moscou um dia.

Essa esperança começava a virar desespero. Os seis meses iniciais da querela anunciaram o contraponto russo. Parte majoritária da população do planeta – nas Nações Unidas e em instâncias regionais – simplesmente se recusou a apoiar mais sanções contra a Rússia e outra parte não menos expressiva dessa população condenou o suporte dos europeus e norte-americanos à Ucrânia. Nos outros seis e doze meses, de agosto de 2022 a agosto de 2023, os países divergentes do Ocidente – China, Irã e Arábia Saudita à frente – avançaram relações com a Rússia como nunca se imaginou. Consequentemente, a economia nem a soberania dos russos esmaeceram. Antes virou flagrante a impotência das potências sintonizadas à Otan. Tudo, para Kissinger, por ignorância. A ignorância daqueles que subestimam Tolstói.

“Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”, frase-síntese de Anna Kariênina, pode até ser a passagem mais célebre da obra de Tolstói. Mas “A mim pertence a vingança, eu é que retribuirei” [Romanos 12, 19], do apóstolo Paulo, embasa todos os seus enredos, dos serenos aos trágicos.

Hitler não leu Guerra e Paz e não apreendeu as temeridades de Napoleão. Primeira: menosprezar a implacabilidade do general Clima. Segunda: ignorar a profundidade estratégica de um território infinito. Terceira: tomar desejos por realidade. O resultado disso foi uma tragédia sem farsa que ceifou sem perdão parcelas substantivas de vidas humanas – quinze milhões pelas contas de Masha Cerovic – nos frontes germano-soviéticos durante a Segunda Grande Guerra.

O tempo parece que tudo apagou. Mas, agora, esses mesmos impropérios voltam a rondar as casas.

Nem tudo, por certo, remonta a Napoleão, Hitler, Stálin e Tolstói. Os temas imediatos da nova fase da tensão russo-ucraniana inaugurada em fevereiro de 2022 navegam em autoenganos ocidentais dos últimos trinta, quarenta e oitenta anos. E o grande dos pecados capitais ainda reside na História e sua maneira de conscientizar.

Misturaram-se, no Ocidente, por propósito, os eventos de novembro de 1989 do fim da Guerra Fria com aqueles de dezembro de 1991 do fim da União Soviética. Baralharam-se, assim, as cartas dos processos mais complexos do século 20, tornando-os todos em um. Nada mais deletério.

A abertura do Muro de Berlim colocou fim à Guerra Fria. Uma guerra global, ideológica, política, geopolítica, militar, cultural, econômica e científica ancorada no destino da Alemanha. Uma guerra iniciada num impasse. Os norte-americanos, sim, atravessaram fisicamente o Atlântico para salvar os europeus em 1944. Foi o Dia D, os desembarques na Normandia e todos os seus desdobramentos. Mas, bem antes, a partir de 1941, os soviéticos mobilizaram trinta e cinco milhões de quadros – homens, mulheres, crianças e idosos – para conter a fúria alemã. Nove milhões deles não retornaram das batalhas, e essa soma macabra jamais foi esquecida por Stálin. Foi a guerra patriótica. O sacrifício de libertação. O momento onde os mujiques – eternizados por Tolstói – voltaram a demonstrar que seguiam dispostos a lutar até o último homem pela manutenção da Rússia Eterna, a Grande Rússia, a Rússia de Sempre assim como, agora, durante a Segunda Grande Guerra, para salvar a Europa e salvar o mundo. Nenhum habitante do Leste da Europa nem da Eurásia minorou esse feito. Um feito ensurdecedor aos ouvidos norte-americanos nas conferências antinazistas de Yalta e Potsdam, em fevereiro e julho-agosto de 1945. Os soviéticos haviam vencido Hitler, destronado a Alemanha e povoado Berlim. Os norte-americanos, por sua vez, apenas alcançaram Berlim. Restava, assim, aos europeus ocidentais decidir a quem efetivamente agradecer.

Demoraram-se um pouco em hesitações. Mas logo escolheram, em definitivo, o seu partido. Fincaram-se nas trincheiras abertas pelo presidente Wilson e alargadas pelo presidente Roosevelt. Queriam uma Europa livre. Tinham medo e ainda muita dor. Reconheceram-se impotentes diante da presença vermelha. Suplicaram por comida e satisfação. Veio o Plano Marshall. Depois imploraram por proteção. Veio a Otan. Tudo para conter os soviéticos e Stálin, que poderiam marchar até Paris. Nada simples. Nada terno. Muitos temas. Que resultariam, adiante, na construção de um muro em Berlim.

Quem via e vê do Ocidente tem uma história. Quem vê e viu de Moscou tem outra. Quem viveu nas Alemanhas viu e verá outras. Mas todos que acompanharam o desenrolar de tudo com calma e retidão souberam, sabem e saberão que, ao final, o muro não caiu; mas, antes, foi aberto.

Foram longuíssimas as parlamentações entre Washington e Moscou para se forjar uma distensão permanente entre o Mundo Livre e o Mundo Soviético aos pés do muro. Mas, ao fim, foi o camarada Gorbatchev (e a sua mulher Raíssa) que acelerou a solução de tudo a partir de 1985. No começo tudo foi discreto. Mas, em seguida, bastou se retirar o apoio do partido comunista da Alemanha Oriental para a capitulação geral dos últimos herdeiros de Lênin e Stálin em Berlim virar questão de tempo. Nesse naufrágio, nem o valoroso Erich Honecker suportou tamanha subversão. E em outubro de 1989 “pediu” – entre aspas pois todos sabem que ele foi emboscado e traído pelos camaradas do partido – para sair do comando do país que ele liderara por mais de dezoito anos. Depois dele, com o corajoso Egon Krenz, veio o dilúvio e o muro se abriu. Era nove de novembro de 1989 e o fim da Guerra Fria.

Daquele novembro até o Natal de 1991, muitas temporalidades marcariam o destino dos mundos entre Washington, Moscou, Europa e Berlim. O presidente Reagan já tinha solicitado retoricamente ao presidente Gorbatchev que derrubasse o muro. “Mr. Gorbatchev, tear down this wall”. Mas a questão já não era o muro e sim a cortina de ferro da qual falava Winston Churchill desde os idos de 1946 em alusão aos feitos de 1917.

Depois da Estação Filadelfia e dos dez dias que abalaram o mundo em 1917, sabia ele e sabiam todos, um mundo alternativo ao mundo dos liberais virou verdade. O martírio dos Romanov e os sucessos de Lênin, assim, amedrontaram tanto os norte-americanos a ponto de levá-los a engajar fisicamente o seu país na Grande Guerra do outro lado do Atlântico, sem mesmo terem superado as feridas domésticas de sua carnificina interior denominada de Guerra Civil. Mas a ascensão de um antagonista real, concreto e mundial exigia deles uma decisão. Todos mensuravam a dimensão do perigo. Todos sabiam que o mundo inteiro poderia tombar socialista e, talvez, até comunista.

Tinha mais de trinta anos que Marx havia morrido. As suas ideias, no entanto, seguiam vivas em Lênin. Mas não era isso que temiam. Temiam, em verdade, a presença de Tolstói, morto em 1910. Leitores de Tolstói sabiam que os eslavos – uma vez persuadidos – eram capazes de verdadeiramente tudo. E esse tudo, agora, poderia ser a afirmação de um socialismo planetário. Por essa razão, do momentum Lênin em diante, todos os sábios de Washington não dormiram uma noite sequer sem revisitar os tormentos de personagens trágicas de Tolstói. Eles sempre souberam que a verdadeira alma russa nunca esteve na obra de Marx nem de Engels. E, por isso, sempre releram mais Hadji Murat que O Manifesto Comunista, mais Guerra e Paz que O Capital, mais Anna Kariênina que Gundrisse. Sempre estiveram aí as chaves para a compreensão da força dos mujiques.

O tempo passou. Lênin morreu. Stálin venceu e, depois, também, morreu. Mas Tolstói a tudo sobreviveu. O trágico – que ele encarnou – não morre. Antes segue eterno e sem par.

No entanto, quando o presidente Gorbatchev ascendeu ao poder em 1985, a tragicidade do momentum Lênin e do momentum Stálin inspirada por Tolstói parecia ausente das retinas e da memória dos ocidentais em geral. Os anos de 1970 tinham sido marcantes para todos. Eslavos e não eslavos. As crises de petróleo, os contenciosos no Oriente Médio, a investida soviética no Afeganistão e o tombo norte-americano no Irã haviam tornado o mundo mais instável, perigoso e incompreensível. As tratativas em Helsinki, de 1975, eram apenas para inglês ver. A quebradeira econômica planetária do início dos anos de 1980 adicionava ainda mais bemóis a todos esses problemas que pareciam obliterar os exageros de 1914-1945, os tormentos de 1917 e a agonia de 1941-1944. Tudo ilusão. Uma ilusão que levou os líderes soviéticos a acreditar – convencidos pelos norte-americanos – que o socialismo real precisava acabar. E acabar logo. E foi por isso que adotaram a glasnost e a perestroika.

Não parece ser o caso de tudo reconstituir. Mas vale a meditação. Quando o presidente Putin considera a morte da URSS como a maior catástrofe geopolítica do século 20 são justa e essencialmente à glasnost e à perestroika ao que ele está se referindo. Essas duas ações do marido da Raíssa devastaram inclementemente o brio dos eslavos. Foram muitas as ações. Algumas conjuntas. Outras isoladas. Mas todas deletérias. Sempre – em memória do saudoso historiador Josep Fontana i Làzaro que descreveu tudo isso como ninguém – para el bien del imperio. Leia-se e entenda-se: para o bem dos Estados Unidos e para o martírio dos antiliberais. Das muitas demonstrações que essa afirmação pode prover, uma das mais notáveis residiu na imperdoável ilusão democrática dos últimos combatentes soviéticos da Guerra Fria.

Veja-se um único exemplo como ilustração.

Seguramente bem intencionado, o marido da Raíssa, desde 1986, além de restringir o acesso dos populares russos à vodka e interditar o apoio político e financeiro aos demais partidos comunistas mundo afora, determinou a democratização da gestão das empresas soviéticas ao estilo dos manuais de administração europeus e norte-americanos. Com isso, foi ampliada a independência na condução das grandes empresas – inclusive das empresas mais estratégicas – no interior da economia soviética francamente centralizada. O Politburo, assim, foi deixando de exercer influência sobre o cotidiano das companhias cujas deliberações administrativas e financeiras passaram a ser progressivamente livres, autônomas e independentes. Tudo muito bonito. Mas, ao mesmo tempo, temerário. Especialmente porque deixaram de lembrar aos mandatários soviéticos de dois detalhes matriciais. Primeiro: as lições daqueles manuais não eram adaptáveis a economias planificadas. Segundo: ninguém no Ocidente, na Europa e nos Estados Unidos, levava a sério aquelas lições que não passavam de simplórias abstrações de livro-texto.

A consequência dessa ação, portanto, panglossiana desses herdeiros tardios de Lênin e Stálin, foi a evasão de divisas – de acordo com as contas do diplomata Vladmir Fédorovski baseado em dados da CIA – da ordem de US$ 120 bilhões por ano entre 1987 e 2000. Sempre com a cumplicidade de bancos e praças financeiras ocidentais.

Não precisa saber quase nada de economia ou administração pública para se perceber o estrago disso nas finanças dos países eslavos soviéticos e pós-soviéticos. Basta uma singela sensibilidade analítico-retrospectiva para se notar que esse gesto inocente do camarada Gorbatchev transformou antigos comunistas em futuros aristocratas. E se isso não fosse suficiente ainda colaborou para a efetivação dos espaços eslavos pós-soviéticos como o ambiente de maior corrupção, contravenção e transgressão do planeta. Lamentável, mas foi assim.

E se não bastasse, o camarada Gorbatchev voltou a se esquecer da tragicidade do momentum Lênin e do momentum Stálin ao dissolver o Pacto de Varsóvia com a simples promessa – sem acordo nem tratado nem nada da contraparte – da dissolução da Otan.

Seria apenas curioso se não fosse trágico.

O último secretário-geral do partido comunista da União Soviética era um homem muito culto, corajoso e esclarecido. Mas, infelizmente, pouco consciente da brutalidade prospectiva do trágico. A União Soviética não precisaria acabar. Ou não precisaria acabar daquele modo. Tampouco subitamente daquela maneira. Todos os negociadores ocidentais para o fim do socialismo real – Kissinger, Kennan e Brzezinski à frente – sabiam disso e justamente por isso até os vitrais das catedrais de Washington, Paris, Londres, Bruxelas, Berlim e Moscou sabiam que sem uma pactuação mais engajada os ocidentais jamais dissolveriam a Otan.

Não demorou muito para essa verdade imperar e, a partir de 1999, a Otan voltou a se movimentar. As razões eram evidentes e abundantes. Sem a Otan quem iria proteger os europeus ocidentais? Era uma verdade em 1989 e continua sendo uma verdade hoje que a defesa europeia autônoma dos Estados Unidos não passa de uma quimera. Do lado norte-americano, as questões sempre foram mais antropológicas e psicológicas que geoestratégicas. Incrivelmente desde o verão boreal de 1989 os norte-americanos médios passaram a acreditar que haviam vencido todas as guerras. Inclusive contra a História.

Esse triunfalismo de feições inimagináveis para as gerações norte-americanas humilhadas no Vietnã ganhou ainda mais dimensão quando o camarada Gorbatchev desejou a todos um Feliz Natal em 1991. Nada doravante causou maior êxtase nesses norte-americanos entorpecidos por suas próprias ilusões que as cenas públicas de vulgaridade e ebriez do presidente Boris Iéltsin. Tudo foi ficando tão impressionante que o presidente Bush, logo após a maior conferência multilateral sobre o destino da Terra realizada no Rio de Janeiro em 1992, teve a insensibilidade de afirmar que o american way of life is not negotiable [o estilo de vida norte-americano não é negociável] e a secretária de estado do presidente Clinton, Madeleine Albright, anos depois, voltou à carga para vaticinar que os Estados Unidos eram uma indispensable nation [nação indispensável].

O passo seguinte dessa prepotência toda não poderia ser, assim, outro senão querer estraçalhar o que havia restado de tendência antiliberal no mundo inteiro, emparedar o mundo eslavo até a sua genuflexão e aniquilar a Rússia pelo seu momentum passado. Daí o retorno da movimentação da Otan.

Henry Kissinger considerou tudo isso uma loucura e clamou aos mandatários da época “releiam Tolstói”. George Kennan, lendário mentor da Plano Marshall e da própria Otan sob a presidência Truman, foi ainda mais longe lembrando a todos que a abertura do muro de Berlim e o fim da União Soviética não foram o fim da civilização eslava nem da exumação da alma dos russos. E, por ser assim, seria uma mistura de demência, insanidade, psicopatia e alheamento da realidade seguir fustigando a Rússia. E caso continuassem seria o maior erro do Ocidente desde a crucificação de Jesus Cristo.

Tudo em vão.

Os norte-americanos seguiram cutucando o Urso com varas curtas. E de tanto cutucar, o bicho acordou. E acordou furioso.

Que não haja desta vez ilusões. O que se vivencia no mundo desde fevereiro de 2022 é o momento mais perigoso do planeta desde o momentum Lênin e do momentum Stálin. No momentum Lênin ninguém no mundo tinha bomba atômica. No momentum Stálin ninguém queria reviver Hiroshima nem Nagazaki. Hoje em dia quase ninguém se lembra nem quer se lembrar que a tragicidade desses momentos existiu. Que Hitler e o nazismo – como sempre alertou Raymond Aron – estiveram bem perto de vencer e imperar. Que o mundo é real e, infelizmente, muita vez, brutal.

Note-se que desde fevereiro de 2022 que o Doomsday, Relógio do Juízo Final, criado por Robert Oppenheimer, em 1947, para medir o perigo atômico, marca 90 segundos para o fim do mundo. Nunca o fim de tudo e de todos esteve tão próximo, tão perto e tão presente. Nunca os cavaleiros do Apocalipse estiveram tão insistentes e por tanto tempo. Tem mais de vinte e quatro meses que rondam a Terra. E para mais desesperançar, nunca os mandatários mundiais estiveram tão descrentes e sem bússolas.

Quando os europeus e os norte-americanos alardearam que iriam destruir a Rússia em algumas semanas depois de fevereiro-março de 2022, ficou logo evidente o caráter eterno e providencial do “perdoai-lhes pois não sabem o que fazem”. Quando o presidente Biden ofendeu, outro dia, publicamente a progenitora do presidente Putin sugerindo que ela teria vivido de ser proxeneta vira impossível acreditar que esse senhor seja efetivamente sucessor de Lincoln, Wilson e Roosevelt e mesmo daqueles presidentes norte-americanos que puseram termo à Guerra Fria e ao Mundo Soviético. Quando o presidente Macron insinua o envio físico de tropas francesas (e europeias) para conter o avanço das forças russas no território ucraniano fica evidente que ele menospreza os fantasmas de seu antecessor Napoleão.

É lamentável, mas é assim.

Tempos difíceis e estranhos construídos entre nós.

Não tem saída: releia-se Tolstói.

_______________
(As opiniões expressas pelos articulistas do Jornal da USP são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem opiniões do veículo nem posições institucionais da Universidade de São Paulo. Acesse aqui nossos parâmetros editoriais para artigos de opinião.)


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.