A agência reguladora americana (FDA) aprovou recentemente o primeiro ensaio clínico de xenotransplante em indivíduos com idades entre 55 e 70 anos.
Os pacientes, com insuficiência renal terminal e não elegíveis para um transplante convencional de rim, serão monitorados por seis meses para eventos adversos e, posteriormente, acompanhados pelo resto da vida.
Outro grupo pioneiro no transplante cardíaco em 2022 está submetendo um pedido para a FDA aprovar o transplante de coração suíno.
Até o momento, seis pessoas receberam órgãos geneticamente modificados de suínos (rim, coração, fígado e timo), mas os transplantes foram aprovados como “uso compassivo” – um protocolo de acesso expandido que permite a pacientes com doenças graves o acesso a tratamentos experimentais.
De acordo com a diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP, a última paciente que recebeu um rim transplantado é uma americana de Alabama. “O transplante foi realizado no dia 25 de novembro de 2024 e ela já sobreviveu mais de três meses”, diz. “Esses primeiros pacientes tiveram uma contribuição gigantesca porque o aprendizado é adquirido com erros e acertos.”
Mayana lembra que os principais desafios de um transplante são a rejeição do órgão transplantado pelo sistema imunológico e o surgimento de infecções. “Sabemos que isso pode ocorrer em transplantes entre seres humanos e, portanto, isso terá que ser monitorado muito de perto por imunologistas”, finaliza.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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