Avaliando a Universidade

A Comissão Permanente de Avaliação (CPA) promove nesta quarta-feira, dia 24 de novembro, a quinta edição do Encontro de Avaliação Institucional da USP.

 22/11/2010 - Publicado há 13 anos
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A Comissão Permanente de Avaliação (CPA) vai realizar o 5º Encontro de Avaliação Institucional da USP nesta quarta-feira, dia 24, a partir das 9 horas, no Auditório FEA-5 da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). O evento contará com a participação de diretores, vice-diretores e chefes de departamento. Haverá palestras dos quatro pró-reitores e apresentação de Reinaldo Fernandes, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais (Inep), que abordará o tema “Avaliação das Instituições de Ensino Superior no Âmbito Federal”.

O presidente da CPA, professor Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor da USP, irá abordar a evolução da avaliação institucional na Universidade. “Estamos fazendo um esforço de reflexão coletivo rumo ao planejamento das unidades. É um momento muito importante. Não estamos no fim de uma gestão, e sim no início dela. A ideia é refletirmos para posteriormente tomarmos medidas. Essa avaliação também é uma ferramenta de gestão para que possamos seguir uma diretriz básica de operação, de acordo com o que os colegas, as unidades e os pareceristas afirmam”, destaca o vice-reitor.

A CPA atual é formada por nove membros e o vice-reitor, representando várias unidades da USP. A atual gestão reitoral ampliou a atuação da comissão, dando-lhe um papel institucional mais forte, segundo Cruz. “No início do processo avaliativo, no começo dos anos 90, o objetivo era uma avaliação mais departamental. Agora ela passa a ser mais ampla, buscando não apenas a avaliação dos departamentos, mas das unidades como um todo, incluindo as atividades-fim da graduação, pós-graduação, pesquisa, cultura e extensão universitária, inclusive a gestão.” A CPA, de acordo com o vice-reitor, quer olhar a instituição na sua totalidade, verificando onde ela pretende focar sua atenção, quais os rumos que quer seguir e como irá realizar essa trajetória.

Esforço institucional

O início desse processo de avaliação foi em 1992, quando ocorreu a criação da Comissão Permanente de Avaliação. Em 2000 o Conselho Estadual de Educação deliberou que as universidades e centros universitários do Sistema Estadual de Ensino do Estado de São Paulo criassem mecanismos de avaliação em suas unidades. Cruz conta que a USP sempre teve interesse em realizar essa avaliação e desde então está trabalhando nessa direção, empreendendo um grande esforço institucional.

A avaliação hoje conta com um roteiro básico de perguntas para as unidades. Estas respondem e devolvem o questionário para a comissão, que avalia e compara as respostas. O vice-reitor explica que o roteiro permite, mais facilmente, fazer comparações. Outra ação da comissão foi criar um vocabulário padrão para todas as unidades, uma vez que cada uma tinha uma interpretação diferente para algumas palavras, como metas, objetivos e visão, entre outras.

“Fizemos um grande esforço para estabelecer uma linguagem universal. Oferecemos cursos para as unidades a fim de estabelecer uma cultura, mais ou menos organizada, com a mesma linguagem. Hoje, ao perguntarmos quais as metas e objetivos da unidade, já não há mais espanto, os conceitos foram incorporados.” Ainda ressalta: “Isso não é nenhuma camisa-de-força, e sim um meio de facilitar uma linguagem a todos”.

Segundo Cruz, os roteiros vêm sendo adotados por todos e a partir deles são convidadas comissões de pareceristas, compostas por professores da USP e um docente estrangeiro, que avaliam as propostas e as dificuldades e fazem sugestões. “Algumas unidades estão achando muito importante a avaliação dos pareceristas e outras sugerem que a equipe aumente de três membros para mais, para que consigam dar conta de todas as dimensões das unidades”, diz. “Estamos prontos para acatar todas as sugestões para a próxima avaliação. Assim, criamos uma espécie de diálogo, não só dando recursos, mas também procurando tornar essa avaliação a mais produtiva possível.”

De acordo com Cruz, a CPA tem como meta consolidar as ideias e planos das unidades e departamentos em direção a um encaminhamento único. “Queremos que seja um grande planejamento da Universidade, construído de baixo para cima, contando com a participação do maior número de pessoas, respeitando as especificidades e rumos próprios.”
O desempenho institucional é avaliado a partir da sua eficácia e eficiência do ensino, a importância da pesquisa, a relevância da produção cultural e científica, a eficácia da formação profissional, a importância das ações comunitárias, as condições da graduação e pós-graduação e a qualidade da gestão.

Produção científica

Nesse processo coordenado pela CPA, as unidades da USP foram avaliadas positivamente, tendo em vista a expressiva produção científica, o aumento significativo de vagas na graduação, a obtenção de conceitos bons e excelentes pela pós-graduação, a forte correlação entre pós-graduação e pesquisa e a existência de grupos de pesquisa com capacidade de captação de recursos externos.
Os pontos negativos apontaram para uma estrutura burocrática da USP em relação à inovação e à criação de patentes; rigidez excessiva da estrutura departamental, provocando fragmentação; dificuldades de interdisciplinaridade; desarticulação de atividades de ensino, pesquisa e extensão; diferenças na qualidade de relacionamento entre docentes e alunos; e preocupação com renovação de lideranças.

Foi recomendado às unidades rever regularmente a proposta pedagógica de cursos (os currículos); fomentar a iniciação científica; reduzir o tempo de conclusão dos cursos; elaborar diagnósticos de indicadores de evasão; acompanhar sistematicamente egressos da graduação; fomentar integração entre graduação e pós-graduação; ampliar integração dos docentes na pesquisa com laboratórios multiusuários; promover cooperação entre departamentos; incentivar atividades de pós-doutorado; premiação de docentes por resultados; aumentar e melhorar as instalações físicas e equipamentos.

(Matéria publicada no Jornal da USP, edição nº 909)


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