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O ser humano, que desde o seu surgimento na face da Terra vive condicionado e limitado em suas ações pela lei da gravidade, experimenta agora uma relação diferente com o mundo, graças aos sistemas operacionais cada vez mais sofisticados criados por ele mesmo. As máquinas mudam a forma como o homem entende as relações entre o espaço e o tempo, ampliam o conhecimento humano e modificam até mesmo a maneira de produzir esse conhecimento.
O comentário foi feito pelo professor Martin Grossmann em sua coluna “Na Cultura o Centro Está em Toda Parte”, que foi ao ar no dia 3 de maio, pela Rádio USP (93,7 MHz).
Como exemplo das transformações culturais impostas pela máquina, Grossmann citou o filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço, dirigido por Stanley Kubrick e lançado em 1968. “Esse filme trata da nossa condição já num outro mundo. Nele, não estamos mais relacionados à Terra. Estamos no espaço, a força da gravidade não é impositiva”, destacou o professor, lembrando que, nessa obra de ficção científica, o ser humano tem uma outra relação com o espaço e o tempo e se encontra num ambiente em que predominam naves e estações espaciais. “O filme coloca isso de forma muito poética.”
Uma trama interessante do filme – acrescentou o professor – é a relação do ser humano com os sistemas operacionais. No filme, o sistema operacional que comanda a nave entra em choque com os tripulantes, matando todos, exceto um, que, no final, consegue desativar esse sistema. “O filme já é uma metáfora, uma analogia da nossa relação com esses sistemas operacionais que controlam a nossa vida, inclusive no dia a dia, uma vez que hoje estamos escravizados por esses smart phones que não largamos mais”, comparou Grossmann. “Ele nos coloca diante dessa nova realidade que é vivermos na virtualidade.”
Ouça no link acima a íntegra da coluna do professor Martin Grossmann.