A camada de ozônio pode se recuperar até 2060

Paulo Artaxo avalia que, para isso, é necessária uma força-tarefa pelo fim do uso de combustíveis fósseis e o combate ao desmatamento

 09/09/2024 - Publicado há 6 meses
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Desenho mostrando um termômetro registrando alta temperatura ao lado de um globo terrestre em cujo topo podem ser vistas chamas. A imagem também mostra um homem com os braços levantados em direção a um ponto de exclamação
Cientistas vêm advertindo sobre as substâncias tóxicas que danificam a camada de ozônio, como aerossóis, espumas, refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado – Foto: Vectorjuice/Freepik
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O aquecimento global e o derretimento de geleiras são os principais motivos da elevação do nível dos oceanos, que vêm subindo em média de 2.4 ml ao ano. O professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, especialista em mudanças climáticas e impactos ambientais, explica que isso vem ocorrendo por causa do aumento da temperatura global e do derretimento das geleiras do Himalaia e dos Andes. Portanto, essa elevação do nível do oceano não tem ligação direta com o buraco que atinge a camada de ozônio.  

Em 1987  foi adotado o Protocolo de Montreal pela preservação da camada de ozônio, com foco triplo na crise planetária – clima, natureza e poluição.  Desde então, cientistas vêm advertindo sobre as substâncias tóxicas que danificam essa camada, como aerossóis, espumas, refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado. 

Conquista positiva

O especialista diz que a preservação da camada de ozônio é uma conquista positiva da humanidade, “apesar de ainda precisar de décadas para recompor os níveis registrados na década de 50”, avalia. 

Paulo Artaxo – Foto: Arquivo Pessoal

O PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) desempenhou papel fundamental nesse processo. Os resultados são impressionantes e já conseguiram retirar cerca de 99%  das substâncias que destroem a camada de proteção da Terra. De acordo com o pesquisador da USP, até 2060 a camada deve chegar a níveis anteriores aos anos 1980. Mesmo que o aquecimento global consiga ser zerado nos próximos séculos, dificilmente elas serão eliminadas por completo do meio ambiente. 

O recado que fica é que é possível preservar a camada de ozônio e, consequentemente, o meio ambiente, salvando a humanidade no futuro através de um caminho sustentável, o que implica eliminação da exploração de combustíveis fósseis do planeta no combate ao desmatamento e na promoção de mudanças no padrão de geração de eletricidade sem emissão de gases do efeito estufa.

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