Aparelho transporta para o digital conteúdo escrito manualmente

Protótipo da Escola Politécnica foi considerado como melhor trabalho de conclusão de curso no ano de 2016

 26/01/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 01/02/2017 as 13:28
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Cássio Sakayanagui e Letícia Li Koga, dupla desenvolvedora ao lado do projeto Marc - Foto: Divulgação
Cássio Sakayanagui e Letícia Li Koga ao lado do projeto Marc, dupla criou o protótipo para o TCC  – Foto: Divulgação

O desenvolvimento de projetos inovadores na USP não se restringe apenas a pesquisadores em nível de mestrado, doutorado ou pós-doutorado. Ainda na graduação, muitos estudantes apresentam ideias que podem ajudar a sociedade. Esse é o caso de Letícia Li Koga e Cássio Sakayanagui, alunos do Departamento de Engenharia da Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da USP (PCS). Eles elaboraram um equipamento capaz de identificar tudo aquilo que foi manuscrito pelo usuário e reproduzi-lo diretamente para a tela do computador.

Chamado de Módulo de Aprendizado para Reconhecimento de Caligrafias (Marc), o protótipo foi premiado como melhor trabalho de conclusão de concurso (TCC) do departamento entre os 45 apresentados, em dezembro do ano passado. Segundo a dupla de estudantes, a tecnologia baseada na digitalização vem para facilitar a vida das pessoas.

Além do conforto de produzir conteúdos escritos à mão junto ao benefício de sua transposição automática para um meio virtual, o Marc chega para auxiliar aqueles que possuem dificuldades para digitar, construir ou preencher documentos em um computador. No cenário atual, no qual grande parte da informação é construída on-line, o projeto também pode ser considerado uma forma de inclusão digital.

Usuário testando o protótipo durante evento do PCS - Foto: Divulgação
Usuário testando o protótipo durante evento do PCS – Foto: Divulgação

O aparelho, construído a partir de uma caneta comum, sensores de toque, um arduíno (placa de prototipagem) e uma rede neural, identifica as grandezas ligadas ao movimento, como aceleração e velocidade angular, proporcionando ao seu sistema um reconhecimento de padrão para cada letra. “Esse aparelho não olha o que o usuário escreveu, ele percebe as trajetórias do movimento e as assemelha com a escrita”, comenta Letícia.

O trabalho contou com uma placa de circuito SMD e dupla face fabricada apenas com os equipamentos disponíveis no laboratório do departamento. “É espetacular ter a oportunidade de criar nossa própria placa ao invés de encomendá-la. Isso ajudou muito na nossa formação como engenheiros”, afirma a dupla premiada.

Em meio aos agradecimentos, técnicos do PCS e o professor Bruno de Carvalho Albertini, responsável por orientar a dupla ao longo do TCC, também foram lembrados. “Eles nos ajudaram a pensar em soluções para os nossos problemas, a manusear equipamentos e a nos indicar onde poderíamos conseguir ajuda”, diz Letícia, apontando-os como fundamentais para construção do trabalho.

Exposição prática, Escola Politécnica - Foto: Divulgação
Exposição prática dos TCCs na Escola Politécnica – Foto: Divulgação

A avaliação

Uma banca de avaliação prática percorreu os 45 projetos dos mais variados temas para avaliar o desempenho, funcionamento, a utilidade e a eficiência do que estava sendo exibido. As ideias iam desde a criação de jogos inovadores, sistemas de automação residencial, até questões relacionadas à política e à economia

O estudante de doutorado da Poli Daniel Baraldi Sesso foi um dos componentes dessa bancada. Segundo ele, a avaliação consiste em olhar como foi a implementação das ideias que os alunos projetaram. “Procuro avaliar como é que foi o desenvolvimento do projeto de engenharia, quais os requisitos utilizados [pelos alunos], as etapas que eles cumpriram e o que ficou a desejar”, explica. Além disso, o avaliador afirma que o principal dessa etapa é analisar a qualidade do funcionamento e se os formandos cumpriram com aquilo que propuseram nas fases iniciais do TCC.

Outros vitoriosos

As premiações não pararam por aí. Cinco trabalhos de formatura também receberam menções honrosas. Entre eles o de Vinícius Adaime e Pedro Martinez. A dupla desenvolveu um jogo de inteligência artificial que simula emoções dentro do ambiente de um jogo. O objetivo é propiciar para o jogador uma experiência diferente. “A ideia era conquistar os jogadores propiciando para cada um deles uma experiência única por meio das emoções, para ganhar a empatia deles”, contam.

De acordo com o professor João Batista , o grande prêmio dos alunos é o reconhecimento acadêmico pelo trabalho. “O mais importante para o estudante é colocar no currículo dele que seu projeto foi eleito com menção honrosa ou como o melhor do ano”, afirma.

Com informações de Caio Nascimento | Jornalismo Júnior


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