Encontro na USP debate música decolonial

Nos dias 15 e 16, o evento “Música, Performance e Decolonialidade” convida estudantes a pensarem novas formas de estudar e fazer música

 13/06/2023 - Publicado há 1 ano
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O evento Música, Performance e Decolonialidade ocorre nos dias 15 e 16 de junho – Foto: Divulgação/CMU

 

O Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP promove o evento Música, Performance e Decolonialidade nesta quinta e sexta-feira, dias 15 e 16, sempre a partir das 9 horas. Em ambas as datas, ocorrem mostras performáticas e mesas-redondas sobre o ensino de música e práticas de pesquisa decoloniais.

A herança colonial brasileira influencia o consumo, a produção e o ensino de música. “Existe um poder neocolonial que organiza o mercado de música, a forma como funcionam as orquestras, os repertórios e até a forma como a gente pensa a universidade”, afirma Patrick Moreira Lima, organizador do evento.

Patrick Moreira Lima – Foto: Arquivo Pessoal

“Um dos nossos desafios é pensar como fazer música de forma que não seja colonizada, mesmo sabendo que somos pessoas colonizadas” pontua Lima. A música erudita no Brasil tradicionalmente segue paradigmas europeus, por isso, o organizador acredita que “o conceito de música que temos hoje é colonial”. 

A busca por uma música decolonial passa pela investigação de novas linguagens, formatos, materiais de composição, pela mudança de papéis e por diferentes posturas que o artista pode assumir, acredita Lima. “Quem é o compositor, o intérprete e o público está muito bem definido, mas a gente pode questionar isso na música decolonial. Eu sou clarinetista, mas por que eu não posso também compor?”

O público-alvo do evento são alunos de graduação do Departamento de Música da ECA. Lima acredita que é importante levar essa discussão para dentro do departamento no início da carreira acadêmica dos estudantes. 

No primeiro dia, as mesas-redondas serão introdutórias, para apresentar o conceito de decolonialidade. O professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Luis Ricardo Silva Queiroz vai abrir os debates com uma apresentação sobre práticas musicais brasileiras e apontar possibilidades decoloniais para a área. Na palestra seguinte, a relação entre gêneros criados por grupos marginalizados, como o funk, e pesquisas musicais será explorada pelo doutorando em Música na USP Thiagson de Souza. 

Ainda no dia 15, a professora Marilia Velardi, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, vai destacar como métodos de pesquisa acadêmica tradicionais seriam alterados a partir de uma perspectiva decolonial. 

No segundo dia, os debates vão se voltar para a performance, com apresentações de Catarina Domenici, professora do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Tarita de Souza, mestra em Música pela USP, e Yonara Dantas, professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Música da ECA. 

A partir das 14 horas de ambos os dias, grupos convidados fazem apresentações artísticas. “Será uma música mais fluida, que envolve performance corporal, palavra e dança, uma música expandida”, explica Lima. Logo após, haverá debate com professores do departamento. 

Programação do evento – Foto: Divulgação/CMU

 

O evento Música, Performance e Decolonialidade acontece nesta quinta e sexta-feira, dias 15 e 16, das 9 às 17 horas, no Auditório Olivier Toni do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP (Rua da Reitoria, 215, prédio 6, Cidade Universitária, em São Paulo). Entrada gratuita. As inscrições devem ser realizadas no site do evento.


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