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Três projetos da USP, pensados dentro do contexto da pandemia de covid-19, observaram a situação ambiental, sanitária e socioeconômica da comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, enquanto fatores de intensificação e propagação do vírus. A pesquisa resultou na publicação de uma cartilha de orientações, Técnicas e Saberes da Construção Civil, material didático que reúne conhecimentos técnicos sobre métodos e tecnologias construtivas, além de trazer orientações sobre a própria construção e melhoria de moradias como medidas preventivas à disseminação da covid-19. Como descrito na apresentação, é uma troca entre o conhecimento prático já inerente a essa comunidade, enriquecida pelo conhecimento acadêmico. São informações simples e úteis para qualquer pessoa que pretende melhorar sua habitação.
A publicação é um desdobramento dos projetos Ações socioespaciais participativas em territórios do precário: Paraisópolis, Propostas Urbano-Ambientais frente à Pandemia de Covid, que faz parte do Programa Aprender na Comunidade, da Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da USP; e Equidade Urbana em Territórios do Precário: ações socioespaciais participativas em Paraisópolis, a partir do Programa de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) 2021, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP, e conta com o apoio da Comissão de Cultura e Extensão do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP.
Técnicas alternativas da construção civil
A publicação é um guia prático que traz assuntos como solo, fundações, materiais, infraestrutura, alvenarias e até drenagens com a utilização de varas de bambu. A fundação, por exemplo, é uma unidade estrutural que recebe as cargas de paredes, vigas, lajes, coberturas e colunas, distribuindo-as uniformemente para o solo. Esta é a primeira unidade estrutural de qualquer construção civil. Uma boa fundação impede o movimento e recalque do edifício, ou seja, o seu “afundamento”.
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No item Fundações, o leitor ainda vai aprender o que são sapatas corridas (que devem ser feitas em profundidades de escavação menores) e vigas de baldrame (que podem ser mais profundas) e que dependem do tipo do solo. Além disso, há muitas vantagens em se usar esse tipo de fundação, como o custo-benefício: já que é uma tecnologia barata, exige escavação mais simples, o que acelera a obra e não exige mão de obra especializada, se tornando mais viável para orçamentos reduzidos.
Mas há outro tipo de fundação rasa, o “tal de radier”, feita sobre o solo, sem necessidade de escavação. É basicamente uma laje concretada no solo do terreno em que será erguida a construção, e que permite a substituição do aço pelo bambu (material bem mais barato). Além disso, pode ser executado sobre o solo argiloso e usado em pequenas e grandes obras. As vantagens desse tipo de fundação são o baixo custo e a agilidade da obra: pedreiros e serventes executam um radier em dois dias e meio.
E você sabia que há cinco tipos de cimento? Principal material encontrado nas obras de construção civil, produz reação exotérmica de cristalização de produtos hidratados, ganhando resistência mecânica. A cartilha descreve os seguintes tipos: Cimento Portland comum, Cimento Portland composto, Cimento Portland de alto forno, Cimento de Alta Resistência inicial e Cimento Portland branco; este último, por exemplo, pode ter aplicação estrutural ou aplicado para fins arquitetônicos com as mesmas características dos outros tipos de cimento, porém com a pigmentação branca, e não estrutural, indicado para rejuntamento de cerâmica.
Para saber mais sobre as técnicas de construção civil, acesse a cartilha gratuitamente neste link.
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