Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, discute o contraste entre a favorável condição financeira da Prefeitura de São Paulo e a situação de degradação urbana da cidade. Segundo seu próprio balanço patrimonial do mês de maio, São Paulo tem R$ 31,5 bilhões de saldo das suas contas, dos quais cerca de R$ 20 bilhões estão comprometidos com empenhos.
“Se a qualidade de vida de uma cidade fosse medida pela quantidade de recursos que ela tem aplicado nos bancos, São Paulo estaria vivendo o melhor momento dos seus últimos 25 anos! No entanto, não é isso que a gente vê nas ruas da cidade”, aponta Bonduki. O urbanista alerta que altas quantias de dinheiro em caixa podem levar ao mau uso dos recursos públicos, e defende a criação de um programa de desenvolvimento urbano da cidade, baseado na metodologia do orçamento participativo.
De acordo com Bonduki, o orçamento projetado para o ano de 2023 é um recorde da história da cidade: cerca de R$ 90 bilhões. O valor proposto consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023 e tramita na Câmara de Vereadores. Para ele, o bom momento financeiro de São Paulo vem sendo consolidado desde 2016, quando a dívida municipal foi renegociada, reduzindo-a em cerca de 36%.
“Temos várias possibilidades de aplicar esse saldo, que se obteve graças à recuperação da capacidade financeira da Prefeitura. Mas, para isso, a sociedade precisa debater com a Prefeitura e definir um projeto coletivo, para que a cidade de São Paulo saia dessa situação de degradação urbana que nós estamos vivendo”, afirma o especialista.
Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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