Os objetivos específicos do plano compreendem definir uma visão estratégica do governo para energia até 2050 e fazer os recortes intermediários para 2030 e 2040 – Foto: Flick

USP participará do Plano Paulista de Energia 2050 do governo de São Paulo

O professor Dorel Soares Ramos destaca a importância do envolvimento multidisciplinar e do planejamento estratégico para a elaboração do projeto

 30/06/2022 - Publicado há 2 anos

Texto: Redaçao

Arte: Simone Gomes

 

A Sima (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) formalizou um contrato com a USP e a Escola Politécnica para a elaboração do Plano Paulista de Energia 2050, com o objetivo de planejar ações necessárias para a neutralidade das emissões líquidas de gases de efeito estufa. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor Dorel Soares Ramos, do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da USP, explica o projeto.

De acordo com o professor, o início das tratativas para a atualização do Plano Estadual de Energia se deu através de uma consulta formal da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente: “[A Sima] consultou através de um ofício a Escola Politécnica por conta da adesão do Estado à campanha Race to Zero (Corrida para o Zero), para a neutralidade de carbono, fixando como horizonte o ano de 2050.”

O último plano, O PPE (Plano Paulista de Energia) 2020 foi desenvolvido em 2012. O horizonte definido na época está ultrapassado, em especial por conta das novas diretrizes políticas e ambientais, além de diversas alterações climáticas. “Desde então, as evidências científicas que relacionam o aquecimento global às próprias atividades humanas se tornaram muito mais fortes. Isso tem motivado as entidades multilaterais, o governo e empresas a reavaliarem o seu papel, buscando minimizar as emissões de gases de efeito estufa”, indica Ramos.

Planejamento a longo prazo

Os objetivos específicos do plano compreendem definir uma visão estratégica do governo para energia até 2050 e fazer os recortes intermediários para 2030 e 2040. O professor comenta: “Nós vamos fixar um horizonte onde se quer chegar. Vamos definir um ponto de partida, ou seja, fazer um diagnóstico de onde estamos e a partir daí estabelecer os diferentes cenários e as trajetórias mais adequadas, de forma a orientar e direcionar estratégias para os demais órgãos públicos do governo e alicerçar os futuros planos.”

Ramos descreve que o projeto é multidisciplinar e deve envolver diversos professores e áreas distintas. A iniciativa visa a dar suporte à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente para a elaboração do projeto antes da aprovação do governo. “Essa é a competência que nós temos, o desafio de articular de forma adequada, organizada e harmonizada com os objetivos que se pretende atingir”, aponta.

O professor ressalta a importância do planejamento estratégico: “Nós temos que definir agora onde nós queremos chegar a longo prazo. O nosso longo prazo é 2050, a gente sabe que as metas da neutralidade de carbono não se atingem da noite para o dia, é um esforço contínuo ao longo de muitos anos. O planejamento estratégico é definir onde queremos chegar.”

Dorel Soares Ramos - Foto: academia.edu

Dorel Soares Ramos - Foto: academia.edu

O projeto prevê quatro etapas. “A visão de futuro inicial é criar um roadmap de estratégias, ou seja, um caminho para alcançar a visão do futuro desenhada, depois fazer o diagnóstico, que é ter certeza de onde estamos. Após isso, fazer uma prospecção de oportunidades e de expansão sustentável e renovável da oferta de energia, atuação junto aos consumidores e, finalmente, um posicionamento, quer dizer, o que o Estado pode fazer e um plano de ação para isso”, descreve Ramos.


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