Ministério da Saúde necessita de política detalhada para o uso adequado dos autotestes

Gonzalo Vecina Neto diz que os autotestes para moléstias infectocontagiosas não são liberados porque eles fazem parte de um sistema de notificação compulsória da existência de doenças

 20/01/2022 - Publicado há 3 anos
O Ministério da Saúde deveria planejar uma política para o uso adequado dos autotestes e detalhá-la – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
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Por quatro votos a um, a Anvisa adia decisão sobre autotestes de covid para cobrar mais regras e políticas públicas do Ministério da Saúde. A liberação dos autotestes foi pedida pelo Ministério diante da explosão do número de casos com a chegada da variante ômicron.

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor Gonzalo Vecina Neto, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, ex-secretário nacional da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, fundador e diretor da Anvisa, explica por que os testes ainda não foram liberados. “Os autotestes para moléstias infectocontagiosas não são liberados, porque eles fazem parte de um sistema de notificação compulsória da existência de doenças. Então, todo o teste positivo tem que ser comunicado ao sistema de vigilância epidemiológica.” 

Professor Gonzalo Vecina Neto – Foto: Reprodução

Políticas Públicas

Em virtude da crise política, essa medida não está sendo discutida da maneira correta entre os órgãos de saúde do governo. “Não está havendo diálogo entre o Ministério da Saúde e a Anvisa”, ressalta o professor. Ele prossegue, explicando que o Ministério da Saúde deveria planejar uma política para o uso adequado dos autotestes e detalhá-la, para que, assim, a Anvisa autorize. 

Vecina frisa que, independentemente da aprovação ou não desses autotestes, a pessoa que apresentar sintomas de doenças respiratórias deve ficar em casa — com exceção daquelas que tiverem sintomas mais graves. “Se você tem sintomas gripais, fique em casa. Não queira saber se é ômicron ou não, porque não muda o prognóstico. […] Então, fique em casa e não dissemine a doença”, conclui.


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