Na coluna de hoje (16), a professora Mayana Zatz fala sobre um artigo publicado na revista Nature Biotechnology, cujo título é As crianças CRISPR. O texto discorre sobre o caso dos bebês chineses que tiveram seus genomas editados no gene CCR5 (associado à resistência ao HIV).
As gêmeas, conhecidas pelos nomes fictícios Lulu e Nana, tinham o pai positivo para o HIV, que estava sendo tratado com antivirais. Já a mãe era negativa para o vírus.
No artigo, a pergunta feita pela jornalista Vivien Marx, autora do texto é: como os genomas editados podem afetar a vida dessas crianças, que hoje devem estar com cerca de 3 anos? Alguns falaram com a revista apenas sob condição de anonimato. Outros acreditam que o trabalho realizado no laboratório de He Jiankui, na Southern University of Science and Technology, é antiético e deve ser discutido abertamente, sem infringir a privacidade e a dignidade das crianças. Isso pode ajudar as crianças e seus pais a planejarem o futuro.
O anúncio do experimento foi feito por Jiankui na Segunda Cúpula Internacional sobre a Edição do Genoma Humano, realizada em Hong Kong em novembro de 2018, e foi criticado mundialmente. Jiankui foi expulso da universidade e condenado a pagar uma multa e cumprir três anos de prisão.
A diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP fala sobre os principais assuntos abordados por Vivien, como a atuação do governo chinês no caso das gêmeas e o efeito dessa mutação em pessoas com diferentes backgrounds genéticos.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.