Simulador físico de ondas apoiará estudos portuários e costeiros

Estrutura da Escola Politécnica da USP será utilizada em pesquisas envolvendo os impactos da dragagem do Porto de Santos, no litoral paulista

 19/10/2016 - Publicado há 8 anos
Simulador físico de ondas inaugurado na Poli-USP - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Simulador físico de ondas inaugurado na Poli-USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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A Escola Politécnica (Poli) da USP conta com um novo simulador físico de ondas para estudos portuários e costeiros, que será utilizado para diversos tipos de pesquisa, como, por exemplo, os estudos relacionados ao impacto da dragagem do canal do Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O simulador, que está vinculado ao Laboratório de Hidráulica (CTH) do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Poli, foi inaugurado em cerimônia realizada na terça-feira, 18 de outubro.

Inauguração do simulador físico de ondas espectrais na Poli-USP - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Inauguração do simulador físico de ondas espectrais na Poli – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Ele tem cerca de 40 metros de comprimento por 18 metros de largura, e é equipado com 10 geradores de ondas. O investimento no simulador, de aproximadamente R$ 7 milhões, é resultado de uma colaboração entre a USP e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). “Essa parceria está possibilitando a realização de uma série de estudos relacionados ao Porto de Santos, incluindo o de recuperação da Ponta da Praia”, destaca o professor Mario Thadeu Leme de Barros, diretor presidente da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH), que representou o diretor da Poli, professor José Roberto Castilho Piqueira, na cerimônia.

Segundo Leme de Barros, a inauguração desse modelo físico atende a um anseio antigo do departamento. “Estamos projetando também um modelo físico para ser implantado na cidade de Santos, e esse conjunto de ações vai possibilitar a ampliação da relação científica entre a Poli, a Prefeitura santista e a Codesp, e também estreitará o vínculo entre o campus da USP em Santos e as diversas entidades ali presentes”, completou.

Mario Thadeu Leme de Barros e Luiz Carlos Dieckmann - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Mario Thadeu Leme de Barros e Luiz Carlos Dieckmann – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Luiz Carlos Dieckmann, superintendente de Planejamento Portuário da Codesp, contou que a USP foi contratada para fazer uma análise ampla, envolvendo as partes técnica, operacional e logística do Porto de Santos, para que a ciência possa esclarecer a questão do impacto das operações de dragagem. Os resultados dos primeiros estudos já foram entregues para as autoridades públicas, mas serão feitas novas pesquisas para responder às dúvidas apresentadas pela Prefeitura de Santos.

Aí entram as estruturas do CTH da Poli. Para os estudos serão usados os chamados modelos computacionais e três grandes modelos físicos. Um é o modelo geral do estuário, uma réplica em escala menor do estuário do Porto de Santos que está sendo concluída no laboratório; o novo simulador físico de ondas ou Bacia de Ondas 3D, inaugurado agora; e o canal de ondas bidimensional, que já opera e serve para estudos das estruturas de proteção do canal do porto, entre outras aplicações.

Exemplos de projetos

José Carlos de Mello Bernardino - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
José Carlos de Mello Bernardino – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O simulador físico de ondas oferece informações científicas acuradas para análise do impacto de obras portuárias e dá suporte para a modelagem computacional para análise de movimentação de sedimentos. Ele permite também a realização de ensaios de medição de esforços, por meio do uso de modelos reduzidos de navios.

É possível, por exemplo, simular várias condições de maré, ondas e outros fatores ambientais para estudar a amarração de embarcações. “Podemos ver o impacto da passagem das embarcações próximas de outros navios [que estão amarrados], algo que é de interesse para as operações do Porto de Santos”, exemplifica o engenheiro José Carlos de Melo Bernardino, coordenador técnico do projeto de pesquisa com a Docas.

Outros exemplos de estudos que podem ser realizados são os de simulação de manobras noturnas e de validação de manobras para novos navios, o que é muito utilizado pela Praticagem. O simulador também pode ser usado em pesquisas relacionadas a vazamento de petróleo e produtos químicos, avaliação de plumas de emissários marinhos e para projetos de obras de abrigo, que são realizadas, por exemplo, em casos de expansão das operações dos portos quando querem permitir a atracagem de navios maiores.
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Homenagem

O simulador recebeu o nome do professor Odair José de Souza, um docente da Poli que foi pioneiro no desenvolvimento dos modelos físicos e matemáticos na área de Hidráulica na Poli. Sua esposa, Guilhermina Repsold de Souza, e alguns familiares participaram da cerimônia de inauguração e do descerramento da placa com o nome do docente batizando o simulador. “Esta é uma homenagem ao professor Odair e a todos os colegas que já não estão mais entre nós”, destacou Mario Thadeu Leme de Barros.

Da Assessoria de Imprensa da Poli


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