Através de imagens, livro celebra a história da USP

Fotografias históricas e atuais abordam desde os anos de fundação da Universidade e seus personagens até a produção científica, instalações e serviços prestados à sociedade

 19/09/2016 - Publicado há 8 anos
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Foto: Acervo Estadão Conteúdo/AE
Mesa que presidiu a sessão solene de abertura dos cursos da USP, em 1934 – Foto: Acervo Estadão Conteúdo/AE

A história da Universidade de São Paulo é retratada no livro USP: 80 Anos de História (Produtora Brasileira de Arte e Cultura, 2016) através de uma série de fotografias e um texto introdutório escrito pelo professor Francisco Alambert, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Lançada no dia 25 de agosto, a publicação celebra os 80 anos da Universidade, completados em 2014, e destaca sua origem, seu desenvolvimento e sua importância para a sociedade e a história do Brasil.

No texto USP: Passado e futuro, o professor Alambert conta brevemente a história que é, nas quase duzentas páginas que seguem, exposta em imagens históricas e contemporâneas. Ela começa com a criação da Universidade em 1934, ano em que, entretanto, já existiam algumas de suas principais faculdades, como a Faculdade de Direito de São Paulo (fundada em 1827), além das faculdades de Medicina, Veterinária, Farmácia e Odontologia, Educação e as escolas Politécnica e Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, juntamente de outras instituições de ensino acadêmico superior em outros Estados brasileiros.

O diferencial da USP, segundo Alambert, foi estabelecer no País o conceito moderno de Universidade, que seus fundadores entendiam “como algo além de apenas um lugar onde lições são dadas a aspirantes com dinheiro para pagar ou escolhidos pelos caprichos do poder e da tradição”, e cuja missão, segundo o Artigo 3º de seu estatuto, “como universidade pública, sempre aberta a todas as correntes de pensamento, reger-se-á pelos princípios de liberdade de expressão, ensino e pesquisa”. Esses ideais, oriundos do conturbado contexto político e econômico da primeira metade do século 20 no Brasil e no mundo, foram nutridos pelos “modernistas, modernizadores e descendentes progressistas de oligarcas” que a fundaram.

Assim, o professor determina que “o trabalho universitário através da tríade inseparável entre ensino, pesquisa e extensão, próprio do conceito moderno de Universidade, ficava definido, bem como ficava superada a velha fórmula das aulas régias e da formação de bacharéis orientados por ‘sábios’”. Daí surgiu o lema da USP, Scientia vinces (pela ciência vencerás). A intenção dos fundadores da Universidade, como explica Alambert, seria enfim fazer com que o País acertasse o passo com o mundo contemporâneo e “criar as condições para a produção, em todas as áreas, de um conhecimento científico ‘nacional’ e ‘autônomo’, bem como produzir, no campo das ciências humanas, ‘uma visão não aristocrática do país’, de modo a livrá-lo do passado e, com isso, modificar-lhe o futuro”.

Para isso, a Universidade “importou” uma série de professores e pesquisadores formados nas instituições que a inspiraram, as tradicionais universidades europeias, em especial as francesas e alemãs. Tirando proveito da emigração europeia em função da ascensão do nazifascismo, a USP pôde contar com importantes intelectuais como o historiador Fernand Braudel e o antropólogo Claude Levi-Strauss para “não apenas lecionar ou pesquisar, mas, sobretudo, criar as condições práticas para a transformação da pesquisa universitária nacional”. Segundo o cientista Clodowaldo Pavan, citado pelo professor, nada disso teria sido possível se a Universidade iniciasse suas atividades apenas com docentes brasileiros, pois “à época o Brasil se curvava diante da influência cultural da França”. Além disso, a Universidade de Berlim foi fonte de inspiração por sua postura autônoma.

A partir daí, o professor descreve um processo de agigantamento, iniciado na então Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências (FFLC), conhecida como “Maria Antônia”. Esse processo deu origem ao que hoje é a USP, com seus oito campi distribuídos na capital e no interior de São Paulo, mais de 40 unidades de ensino e pesquisa em todas as áreas do conhecimento, quase 100 mil alunos em cursos de graduação e pós-graduação, 17 mil funcionários e 6 mil professores, e gerou o reconhecimento como a mais importante universidade do Brasil, ocupando sempre posições de destaque em rankings internacionais de instituições de ensino superior.

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História em imagens

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Capa do livro sobre a história da USP – Foto: Reprodução

Dividido em quatro sessões, o livro então leva o leitor numa viagem através da história contada pelo professor Alambert. Na primeira parte, Nascer, uma série de fotos de personagens envolvidos nos primórdios da Universidade – professores e alunos das primeiras turmas formadas -, inaugurações, fachadas e interiores dos prédios das faculdades, além de imagens da cidade de São Paulo na época, como uma que mostra a Rua Dr. Arnaldo apinhada de carros, entre o Cemitério do Araçá e a Faculdade de Medicina (FM) da USP. Em seguida, a sessão Estar traz imagens da USP na atualidade: os novos e antigos prédios, monumentos e áreas verdes da Cidade Universitária, além de instituições externas ligadas à Universidade, como o Museu Paulista, no Parque da Independência. As duas últimas partes, Fazer e Compartilhar, mostram as propostas dos fundadores da USP colocadas em prática, com fotografias de laboratórios, salas de aula e equipamentos de pesquisa e dos profissionais – professores, pesquisadores e funcionários – levando os resultados à comunidade externa, em museus, cursos, exposições e atividades educativas e de serviço público.

O livro USP: 80 Anos de História pode ser adquirido em livrarias ou no site de sua distribuidora (http://www.queenbooks.com.br), pelo valor de R$ 80,00.


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