Novos dirigentes tomam posse no Museu Paulista e no Museu de Arte Contemporânea

Duas cerimônias virtuais marcaram as posses dos novos diretores de dois museus estatutários da USP: o MAC e o Museu Paulista

 11/09/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 07/12/2020 as 12:01
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A nova diretora do Museu de Arte Contemporânea, Ana Gonçalves Magalhães – Foto: Reprodução

Em uma cerimônia que aconteceu na manhã de hoje, dia 11 de setembro, as professoras Ana Gonçalves Magalhães e Marta Vieira Bogéa tomaram posse como as novas diretora e vice-diretora, respectivamente, do Museu de Arte Contemporânea (MAC). O evento foi promovido nas dependências do museu, sem a presença de público externo e atendendo a todas as recomendações das autoridades sanitárias. A transmissão on-line foi feita pelo canal do MAC no YouTube.

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A cerimônia foi realizada na Clareira, um espaço do museu que foi desocupado para poder abrigar as diversas formas de manifestação artística. “A Clareira será um lugar onde o MAC poderá reativar sua característica mais fundamental como museu universitário, que é a de ser um laboratório de experimentação e de reflexão crítica”, explicou Ana Gonçalves Magalhães em seu discurso de posse.

A diretora também falou sobre os projetos do museu e os planos para as comemorações do centenário da Semana de Arte de 1922 e dos 60 anos do museu, em 2023. “Assumimos a direção do museu neste que é um dos momentos mais difíceis da história da humanidade, em particular do País. Estamos sob uma ameaça pandêmica, fruto de um enorme desequilíbrio no meio ambiente, assistimos à destruição sistemática da floresta amazônica e de seus habitantes por um governo que ataca todas as formas de conhecimento, bem como a educação, a cultura e a arte. A Clareira é nosso gesto de resiliência e de desejo de uma humanidade possível”, afirmou.

O reitor Vahan Agopyan saudou as novas dirigentes e agradeceu a generosidade em dedicar seus esforços para a coletividade. “Esse é um período interessante, estamos aprendendo a viver em uma nova realidade e temos que ser cuidadosos para que essa nova realidade seja melhor do que a anterior. É uma tarefa difícil, mas temos que nos adaptar e superar os obstáculos”, disse.

“O MAC é um patrimônio não só da USP, mas de toda a sociedade brasileira. É um museu eficiente e de qualidade que funciona com um orçamento anual de R$ 25 milhões, incluindo folha de pagamento. Temos museus na América Latina com um terço do acervo do MAC e que demandam muito mais recursos”, afirmou Agopyan.

O dirigente também fez uma referência à recente decisão que determinou o reembolso de apenas R$ 37 mil pelos gastos do museu com a guarda e manutenção de mais de 1.500 obras de arte moderna e contemporânea que faziam parte da coleção do Banco Santos e que, por determinação judicial, estão sob a guarda do MAC há quase 15 anos.

Ao todo, o MAC estima que foram gastos R$ 20 milhões com o trabalho da equipe de técnicos especializados e docentes, equipamentos de climatização, insumos para embalagem e outros dispêndios. Segundo o reitor, “a USP fará o possível para ressarcir as despesas de recursos públicos utilizados para a manutenção dessas obras, para que o recurso público não seja usado de maneira indevida”.

A seguir, assista à íntegra da cerimônia de posse das novas dirigentes do Museu de Arte Contemporânea.

Museu Paulista

No período da tarde, Rosaria Ono e Amâncio Jorge de Oliveira tomaram posse como a nova diretora e o novo vice-diretor do Museu Paulista. A cerimônia foi realizada na Sala do Conselho Universitário e transmitida pela internet.

Em seu discurso, Rosaria Ono lembrou que o Museu Paulista é constituído por dois museus que assinalam momentos fundamentais da história nacional: o Museu do Ipiranga, marco da independência do Brasil, e o Museu Republicano, que abrigou, em 1873, a reunião de políticos e fazendeiros que é considerada o marco originário da campanha republicana.

“Manter esses dois museus em pleno funcionamento nos coloca frente a enormes desafios, tanto de executar suas reabilitações e adequações físicas quanto de criar condições para que sua operação e manutenção sejam feitas com excelência. Para fazer frente a esses desafios, buscaremos a implementação de um modelo de gestão que dê sustentabilidade econômica ao Museu do Ipiranga, com o apoio da Reitoria e de parceiros externos”, afirmou a diretora.

Rosaria Ono também reforçou a necessidade de se implantar um plano de comunicação institucional e de imagem institucional, pois “não é de conhecimento de toda a sociedade que o Museu Paulista pertence à USP e ainda há muito desconhecimento em relação à importância de seus acervos e à relevância de suas atividades de ensino e pesquisa”.

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O reitor Vahan Agopyan fez questão de agradecer às professoras Solange Ferraz de Lima e Vânia Carneiro de Carvalho, que atuaram na gestão anterior e enfrentaram o desafio de manter as atividades do Museu do Ipiranga ao mesmo tempo em que tiveram de planejar e iniciar a reforma de suas instalações.

“Em 1963, a USP teve a honra de receber a incumbência de cuidar do Museu Paulista e, desde então, assumimos a tarefa como um dever nosso em relação à sociedade. O museu mudou de perfil, deixou de ser um simples mostruário e tornou-se um centro de ensino e pesquisa da nossa história. Agora, com a reforma temos outro grande desafio, porque não queremos apenas restaurar o edifício-monumento do Museu do Ipiranga, queremos entregar uma nova concepção de museu histórico universitário, muito mais dinâmico. O Museu Paulista é uma instituição da qual todos nós – não só os paulistas, mas todos os brasileiros – temos orgulho, porque faz parte da nossa história”, ressaltou o reitor.

A seguir, assista à íntegra da cerimônia de posse dos novos dirigentes do Museu Paulista.


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