No Diversidade em Ciência, Maurício Alves, cônsul honorário de Ho Chin Mihn City (antiga Saigon), no Vietnã, fala sobre a resistência cultural do país, a desconstrução de estereótipos e como a nação vem se tornando protagonista da sua própria história.
Desde que venceu os Estados Unidos, naquilo que ficou conhecido como Guerra do Vietnã, no final dos anos 60 e começo dos 70, o país vem se reestruturando. A começar pelo nome do conflito em que se viu envolvido. No novo protagonismo, o povo vietnamita chama a guerra, em que saiu vitorioso, não como a Guerra do Vietnã, mas como a Guerra Americana.
Nessa guerra, os Estados Unidos registraram 58.220 soldados norte-americanos mortos, 1.687 desaparecidos e 303.635 feridos.
A vitória dos vietnamitas sobre os ressentidos norte-americanos rendeu ao Vietnã dissabores como boicotes econômicos, desqualificação e isolamento. Logo após a debandada dos estadunidenses, os vietnamitas também tiveram que lutar contra o Camboja e a China pela sua autonomia. Nos anos 1950, o Vietnã já havia lutado contra os franceses para garantir a sua independência.
Ou seja, o povo vietnamita passou décadas em batalhas para preservar a sua liberdade. O resultado final garantiu ao povo um país em ruínas; áreas agrícolas intoxicadas pela poluição causada pelos agentes químicos usados pelos estadunidenses; e um total isolamento.
É sobre esse passado e a contemporaneidade que Maurício Alves fala. Ele, que é arquiteto, também destaca a arquitetura vietnamita como uma narrativa histórica. “Hoje, a arquitetura tradicional vietnamita convive com construções ocidentais e torres com mais de 70 andares”, afirma.
Maurício Alves também comenta sobre as diferentes identidades culturais e sobre a presença da mulher vietnamita, que reforça o ideal simbólico de matriarcado no país. Para completar, fala das universidades vietnamitas e da abertura do país para diferentes países, como o Brasil.
Diversidade em Ciência
O Diversidade em Ciência é um programa de divulgação científica voltado para as ciências das diversidades e direitos humanos, e vai ao ar toda segunda-feira, às 13 horas, com direção e apresentação do jornalista e professor da Escola de Comunicações e Artes -USP e membro da Comissão de Direitos Humanos da USP, Ricardo Alexino Ferreira, e operação de áudio de João Carlos Megale. O programa é transmitido pela Rádio USP FM 93,7Mhz (São Paulo) e Rádio USP FM 107,9 (Ribeirão Preto) , e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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