Senadores e pesquisadores debatem sobre maconha, cigarro eletrônico e álcool

Evento do IEA aproxima Congresso Nacional de pesquisas científicas sobre efeitos das substâncias na saúde do jovem

 01/10/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 02/10/2019 as 20:11
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Médicos e pesquisadores vão se reunir no Instituto de Estudos Avançados (IEA) para discutir como orientar pais e educadores de adolescentes em relação ao uso de maconha, álcool e cigarros eletrônicos. Os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado Federal, e Lucas Barreto (PSD-AP) participarão do debate para discutir estratégias de prevenção e a formulação de políticas públicas para a temática. Para os organizadores, práticas e políticas de educação que enfocam a saúde do adolescente e do jovem adulto são tão importantes quanto as preocupações com a formação intelectual e com os resultados acadêmicos. O evento acontece nesta sexta-feira, 4 de outubro, às 15h. 

“O nosso objetivo é associar o conhecimento científico desenvolvido pelo meu grupo sobre o assunto maconha, do ponto de vista reprodutivo e sexual, e associar aos conhecimentos que a professora Sandra Farsky, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, faz sobre o cigarro eletrônico e da professora Zilá Sanchez, da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), com o álcool nos adolescentes”, afirma o professor Jorge Hallak, da Faculdade de Medicina (FM) da USP, médico da divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas (HC) e coordenador do Grupo de Estudos em Saúde do Homem do IEA. Ele completa que, dessa forma, pesquisadores e políticos farão um debate importante ao Congresso Nacional, indo além de achismos, tendo pesquisas científicas como base. “Promover esse contexto onde o conhecimento científico vai se sobrepor a opiniões pessoais e proposições ideológicas; e também, evidentemente, a posições mercadológicas.”

Foto: Maj. Will Cox/ Georgia National Guard via Fotos Públicas

Hallak aponta que o consumo de álcool por adolescentes e adultos jovens vem aumentando drasticamente, quase 10% nos últimos dez anos. Quanto ao cigarro eletrônico, o risco vem da possibilidade de se colocar substâncias com alta quantidade de concentração tanto de canabinol quanto de nicotina, que pode variar a porcentagens alarmantes como de 60% a 70%. Além disso, a origem do líquido dentro também causa dúvidas.

“Muita coisa que é dita são opiniões pessoais, tanto de jornalistas quanto de grupos de interesse. Nós vemos também, por trás da maconha, um grande interesse de grupos em promover a sua descriminalização de maneira muito aberta, ou seja, muito ampla e restrita”, afirma o médico. Ele relembra que cérebros e testículos se formam até os 22 anos de idade, e por isso é uma fase muito complicada para introduzir substâncias tóxicas no organismo. “A gente quer dar um norte no Brasil, evidentemente respeitando o uso medicinal, que ninguém está questionando, mas talvez fazer um balizamento da forma com que o uso medicinal está colocado aqui.”
O que os Pais e Educadores Devem Saber sobre o Uso Recreacional de Maconha, Álcool e Cigarros Eletrônicos” acontece nesta sexta-feira, 4 de outubro, às 15h,  no Auditório do IEA, localizado na Rua da Praça do Relógio, 109 – Cidade Universitária. O evento é gratuito e aberto ao público, com inscrições aqui.  Haverá transmissão ao vivo pela internet neste link.

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