Quem mata quem quando o suicídio acontece?

Esta e uma das reflexões da psicóloga Karina Fukumitsu sobre suicídio, no “Diversidade em Ciência” desta semana

 09/09/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 11/09/2019 as 11:56
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No Diversidade em Ciência, Ricardo Alexino Ferreira entrevista a psicóloga e suicidologista Karina Okajima Fukumitsu, pós-doutora e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano do Instituto de Psicologia da USP. Ela fala na entrevista sobre suicídio, um tema considerado tabu para muitos, e sobre o luto advindo dessa situação.

O termo suicidologia, que é um campo multidisciplinar de estudos sobre o suicídio e as suas diferentes implicações, foi cunhado pelo psicólogo clínico e tanatologista estadunidense Edwin Shneidman. Ele constitui a base teórica da pesquisa de Karina Fukumitsu, assim como a Gestalt-terapia, um dos campos da Psicoterapia e da Fenomenologia.

Karina também fala sobre termos epistemológicos criados por ela como “morrência”, que é o definhamento existencial de uma pessoa; “o estranho alívio”, que é a sensação de alívio que as pessoas próximas ao indivíduo que se mata sentem quando se livram do estresse diário com a morte do outro, geralmente um sentimento também acompanhado de culpa.

A pergunta focal que Karina faz durante a entrevista é: “Quem mata quem quando o suicídio acontece? ”, referindo-se ao processo do luto. Nesse sentido, ela fala também sobre a posvenção, que é o cuidado com os enlutados de pessoas que tiraram a própria vida.

Ela ainda chama a atenção para o não uso do termo “o suicida”, pelo seu caráter pejorativo e estigmatizante, aconselhando nomear a “pessoa que se mata”, como respeito ao indivíduo que vive essa situação.

Karina Fukumitsu é autora dos livros A Vida não é do jeito que a gente quer; Suicídio e Gestalt-terapia; Suicídio e luto: histórias de filhos sobreviventes; e Perdas no Desenvolvimento Humano: um estudo fenomenológico, todos lançados pela Editora Publish & Print.

O Diversidade em Ciência é um programa de divulgação científica voltado para as ciências das diversidades e direitos humanos e vai ao ar todas as segundas-feiras, às 13 horas, com reapresentações às terças-feiras, às duas da manhã, e aos sábados, às 14 horas, com direção e apresentação do jornalista, professor da USP e membro da Comissão de Direitos Humanos da USP, Ricardo Alexino Ferreira, e edição de áudio de João Carlos Megale.

O Diversidade em Ciência é gravado nos estúdios do Departamento de Comunicações e Artes/Educomunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

A Rádio USP-FM pode ser sintonizada em 93,7 MHz/SP ou pelo link: https://jornal.usp.br/radio/

 


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