Empresas juniores formam jovens profissionais mais capacitados

Contato com empreendedorismo na universidade faz com que alunos ingressem no mercado de trabalho com experiência

 05/06/2019 - Publicado há 5 anos
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jorusp

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Foto: Visualhunt

As empresas juniores (EJs) são associações formadas por alunos de ensino superior ou técnico. Elas possuem caráter empreendedor, sem fins lucrativos, e prestam serviços visando à capacitação profissional e investimentos no setor educacional. No Brasil, as primeiras EJs surgiram no fim dos anos 1980, e desde então vêm ganhando espaço e relevância no mercado. Para saber mais sobre o assunto, o Momento USP Inovação conversou com Larissa Carvalho, presidente executiva do Núcleo São Paulo de Empresas Juniores, e com João Paulo Alves, presidente da IAG Júnior, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.

O Movimento Empresa Júnior (MEJ) consiste numa agremiação de diferentes empresas juniores de todo o País, por meio da confederação chamada Brasil Júnior. O MEJ é composto de federações, divididas de acordo com cada unidade federativa, que, por sua vez, são fragmentadas em núcleos. Em São Paulo, existe a Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (Fejesp), a qual é composta pelos Núcleos São Paulo, Campinas, São Carlos e Bauru. Larissa explica a importância do movimento: “Dentro do MEJ nós temos a oportunidade de aplicar nossos conhecimentos adquiridos na graduação na prática, realmente voltados para o mercado. Assim, nós contribuímos na criação de um Brasil mais empreendedor, mais ético e mais competitivo, por meio da formação de lideranças vinculadas a uma vivência empresarial de viés colaborativo e educador. Tudo isso diz respeito a uma nova forma de educação, feita na prática”.

O Núcleo São Paulo conta atualmente com 37 empresas juniores nucleadas, sendo que 20 estão presentes dentro da USP. É o caso da IAG Júnior, que oferece serviços de consultoria nas áreas de geofísica, meteorologia e astronomia. Esses cursos, que aparentam ser estritamente acadêmicos, encontram respaldo no MEJ para suprir a demanda por conhecimentos práticos e mercadológicos. João Paulo Alves dá exemplos de como isso se aplica à IAG Júnior, por meio de um projeto oferecido por eles, com enfoque científico: “Na área de astronomia, por exemplo, temos o projeto Em Órbita, cujo objetivo é agregar valor e deixar mais interessantes os cursos de matemática e física, que no ensino médio são considerados muito chatos. Nós procuramos instigar o interesse pela ciência usando recursos como massinhas de modelar e telescópios, coisas que uma escola comum às vezes não teria capacidade de oferecer”.

Os processos de aclamação e federação, que fazem com que uma empresa júnior esteja devidamente regulamentada dentro do MEJ, oferecem um suporte importante que transcende questões de regulamentação. O MEJ oferece uma integração entre empresas juniores de todo o País, favorecendo a troca de experiências e criação de um bom networking. “Um dos pilares que sustentam a ideia do movimento é o de que há uma relação colaborativa entre as empresas júnior, que são bem diferentes da competitividade vista nas empresas sênior, que já são maiores e já têm uma preocupação em manter segredo de suas estratégias e produtos. A integração entre EJs possibilita a ocorrência de mais benchmarkings, e o movimento todo cresce com isso”, afirma Larissa.

Os impactos da criação dessa nova cultura de negócios podem ser evidenciados pelos números do Núcleo São Paulo. No último ano, foram arrecadados cerca de R$ 3 milhões provenientes de 600 projetos. Em 2019, até o momento, foi arrecadado cerca de R$ 1 milhão em faturamento. O mais interessante é que “todo esse faturamento é reinvestido totalmente na formação universitária por meio de capacitações e eventos, além de colaborar com uma formação profissional mais completa e inovação dentre as empresas juniores”, explica Larissa.

Para saber mais sobre o Movimento Empresa Júnior, basta acessar o site da Brasil Júnior, ou buscar serviços específicos em contrateumaempresajunior.com.br. O site da IAG Júnior também traz informações.

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