Informações falsas prejudicam o turismo de Ouro Preto

A região do Instituto Inhotim é segura, mas notícias alarmistas promovem pânico desnecessário e afetam economia

 30/04/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 02/05/2019 as 9:56
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jorusp

Desde que as sirenes tocaram em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, alertando para o risco de rompimento de barragens, a cidade histórica está sofrendo com a fuga de turistas. Nem a vista para a reserva ambiental do Parque Estadual do Itacolomi tem deixada cheia as pousadas. De acordo com o secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Felipe Vecchia Guerra, desde quando um possível rompimento foi veiculado na mídia, houve queda de 50% no turismo pedagógico da cidade. Segundo o secretário, a falta de informação ou o mal-entendido tem afastado os turistas. O Jornal da USP no Ar conversou sobre o assunto com Mariana Aldrigui, professora do curso de Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

A professora comenta que o Instituto Inhotim, famoso centro de manifestação artística, não teve nenhum problema físico, e que ele havia sido fechado por um tempo como forma de solidariedade ao que tinha acontecido e por conta do fato de que houve alguns hotéis afetados. Na sequência, o Instituto divulgou diversas notas de que não houve queda de turismo internacional, mas, em compensação, o turismo nacional baixou a quase 90% do volume original. “O que isso significa? O turista brasileiro escolhe fontes de informação nem sempre confiáveis, nem sempre as fontes originais – ou seja, o hotel, o destino, a prefeitura do local”, analisa Mariana. A grande preocupação do turismo é justamente “que notícias alarmistas não sejam disseminadas e não se crie pânico desnecessário”, visto que Ouro Preto é uma região turística fora de risco e a barragem não envolve o centro histórico diretamente.

A recomendação é de que os turistas, antes de cancelar a viagem, informem-se quais são as rotas que eventualmente foram afetadas pelas barragens. “Do ponto de vista da gestão pública, que contrate empresas de relações públicas que possam colocar essa notícia nas mídias sociais e fazer com que essa notícia circule quase que na mesma intensidade que os boatos”, afirma a especialista. Medidas assim são importantes para fomentar o turismo nacional. “A gente tem que se apropriar do nosso país: mostrar o que é seguro,o  que é barato, o que é experiência única, para que as pessoas gastem dinheiro aqui e gerem emprego”, porque esse é um setor que contrata pessoas de todas as idades e competências.

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