1968 passou, mas democracia brasileira pode estar de novo ameaçada

É a opinião de André Singer ao refletir sobre o endurecimento militar, que se deu a partir de 1968

 22/11/2018 - Publicado há 5 anos

 

Ao comentar sobre o icônico ano de 1968, o cientista político André Singer lembra que o Brasil se encaminhava então em direção a um forte endurecimento do regime militar, que acabou culminando na edição do AI-5, em dezembro daquele ano. “Até então, embora já estivéssemos sob ditadura desde 1964, havia alguns espaços de liberdade”, que se refletiam, por exemplo, nas manifestações estudantis. Tudo mudou com a implantação do AI-5 , que deu início aos chamados anos de chumbo. O colunista chama a atenção para o fato de que ninguém sabia o que iria acontecer, até porque a ditadura começou com a promessa de que não duraria mais do que um ano. Não foi o que aconteceu, como todos sabemos – o regime militar durou quase 21 anos.

Singer usa o episódio para refletir sobre como a questão da democracia no Brasil é complicada. Ele vai mais longe quando diz ser possível fazer uma comparação entre aquele momento e o atual, salvo algumas diferenças importantes, sobretudo no que se refere ao contexto internacional. “Eu acho que a gente vem atravessando, desde 2015, ameaças à democracia.” Como exemplo, ele cita o golpe parlamentar de 2016. “E eu acho que nós continuamos a viver um momento muito delicado para a democracia brasileira.”


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