Núcleo da USP concorre a prêmio mundial de jornalismo de dados

Pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência conta como surgiu o projeto

 14/05/2018 - Publicado há 6 anos
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O projeto Monitor da Violência, que cobriu todos os homicídios do país durante uma semana está concorrendo ao Data Journalism Award 2018, prêmio que é dado às melhores iniciativas de jornalismo de dados do mundo – Foto: Reprodução / Data Journalism Award

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O projeto Monitor da Violência, que cobriu todos os homicídios do país durante uma semana, parceria do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP com o G1 e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, está concorrendo ao Data Journalism Award 2018, prêmio que é dado às melhores iniciativas de jornalismo de dados do mundo. A iniciativa está indicada em duas categorias:  Melhor Investigação e Escolha do Público. As votações desta última acabam dia 15 de maio e podem ser feitas por meio de um simples formulário no site da premiação.

A parceria entre estas três instituições começou no segundo semestre do ano passado. A estreia do projeto ocorreu com uma iniciativa audaciosa: cobrir durante uma semana, entre 21 e 27 de agosto, todos ”os homicídios, latrocínios, feminicídios, mortes por intervenção policial e suicídios” que ocorreram no país. Bruno Paes Manso, pesquisador do NEV, explica que o Monitor da Violência surgiu do próprio núcleo de pesquisa: ”O NEV é muito procurado pela imprensa de uma forma geral, quando as notícias de violência ocorrem. Assim, começamos a conversar sobre possibilidades de passar a agir mais ativamente a partir do jornalismo.” O objetivo era realizar uma parceria que permitisse que ciências humanas e jornalismo passassem a atuar em torno da causa da redução de homicídios, que, para o pesquisador, é algo muito pouco discutido atualmente. Foram mais de 60 mil casos só em 2016, de acordo com  o Anuário Brasileiro da Segurança Pública.

O G1 foi escolhido para participar do projeto devido à sua ampla rede de notícias, visto que o veículo tem redações em todos os Estados do país. ”Eles cobrem cerca de 4000 histórias de homicídios no Brasil, por ano”, conta. Já o Fórum Brasileiro de Segurança Pública participa devido ao levantamento estatístico anual que realiza sobre o assunto. Para Bruno, uma importante característica da iniciativa é propor essa junção entre uma rede ampla de notícias, a visão da academia e as estatísticas.

No total, foram cerca de 230 pessoas envolvidas. Porém, engana-se quem pensa que o trabalho acabou. De acordo com o pesquisador, ”continuamos acompanhando esses casos durante um ano, para saber quantos por cento vão virar inquérito, quantos serão julgados, e etc”. Além disso, a parceria entre essas três instituições vem gerando outros frutos, disponíveis na página do Monitor da Violência.

O Brasil ainda está representado em outras duas categorias: melhor website de jornalismo de dados, pela Revista Resiliente, e melhor time de jornalismo de dados com a Folha de Londrina. Projetos de todo o mundo estão concorrendo com os brasileiros na premiação. Os vencedores do Data Journalism Award serão divulgados no dia 31 de Maio, em uma cerimônia na cidade de Lisboa, em Portugal.
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