Alunos da USP realizam curso de manejo florestal na Amazônia

Grupo de estudantes de Engenharia Florestal da Esalq participou de ação do Instituto Floresta Tropical

 13/03/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 14/03/2018 as 15:51
Projeto ensinou aos 26 jovens a importância do manejo florestal – Foto: Caio Nogueira/Esalq

“A realidade florestal do Sudeste é muito relacionada às plantações de pinus e eucaliptos, e o curso de Engenharia Florestal aborda pouco sobre as florestas tropicais amazônicas, que ocupam praticamente metade do País. Um engenheiro florestal que sair da Universidade sem essa visão, sai com um desconhecimento fundamental na formação”, afirma Edson Vidal, professor do Departamento de Engenharia Florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba.

Para preencher essa lacuna, Vidal viajou com um grupo de 26 estudantes do curso de Engenharia Florestal da Esalq. Foram mais de 2.500 quilômetros percorridos de Piracicaba a Paragominas, município brasileiro do Estado do Pará. O objetivo da ida ao Norte do Brasil foi fazer um curso de Manejo Florestal no Instituto Floresta Tropical (IFT). A atividade faz parte da disciplina Manejos de Florestas Tropicais, ministrada pelo professor.

Os estudantes conheceram um pouco da cultura paraense e diversos produtos florestais não madeireiros durante a passagem por Belém. Na sequência, já em Paragominas, aprenderam na teoria e na prática conceitos sobre manejo florestal. “Mostramos cada etapa do manejo florestal, e o que ele pode trazer de benefícios para todos, tanto na parte econômica, ecológica e a social”, disse André Maria de Oliveira Miranda, técnico florestal do IFT.

O manejo florestal nada mais é do que uma exploração de impacto reduzido, acompanhada por um planejamento de qual área deve ser explorada, onde a árvore deve cair, quantas espécies por hectares serão cortadas, entre outras aplicações para reduzir o impacto da área. Essas aplicações trazem benefícios como aumento da produtividade, geração de riquezas e contribuem para a conservação dos recursos naturais. Diferente disso existe a exploração predatória, que infelizmente ainda acontece, explora a natureza sem se preocupar com ela e, futuramente, convertendo o local para pasto ou agricultura, faz com que ela não seja recuperada.

Estudantes analisam árvore da floresta amazôniza – Foto: Caio Nogueira

“Dentro da disciplina, temos uma programação de fazer essa imersão na floresta amazônica conhecendo a parte prática, vivenciando cada etapa desde o planejamento até a colheita da madeira”, disse Vidal.

Para Camilla Noel da Silva, aluna de Engenharia Florestal, a proposta do curso em mostrar a diferença entre as áreas de impacto reduzido e de exploração predatória foi muito visível. “Isso é exatamente o que aprendemos com esse curso. Estamos estudando uma atividade econômica e, com isso, acontecerá um impacto. Então a ideia é minimizar o impacto porque é impossível que ele não ocorra”, disse.

O curso de Engenharia Florestal da Esalq é um dos únicos do País que dá a oportunidade de seus alunos terem a experiência de conhecer a floresta amazônica e participarem de um curso de Manejo Florestal do IFT. “Quando entramos no curso de Engenharia Florestal da Esalq, sempre esperamos essa viagem. Quando conversamos com estudantes que fazem o mesmo curso em outras universidades do País, eles falam que não têm essa oportunidade de fazer um curso de Manejo Florestal como esse. Acho que é o ápice da nossa formação”, disse Nadia Rosário de Oliveira, aluna da Esalq.

O aluno Luiz Fernando Pereira Bispo comentou sobre a importância da viagem e das atividades realizadas na Amazônia para sua formação. “Esse curso sempre foi muito atrativo para mim, desde que comecei a fazer trabalho voluntário na SOS Mata Atlântica. Para entrar nesse curso, a pessoa precisa ser apaixonada pela natureza, ter um senso íntegro do que acontece na floresta e o que pode ser aproveitado, além de ter os conhecimentos necessários para serem aplicados no futuro. É algo apaixonante”, concluiu.

Caio Nogueira / Divisão de Comunicação da Esalq


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.