Dose fracionada e medo da reação diminuem vacinação

Para médica do Hospital das Clínicas, o risco da reação é menor que desenvolver a forma grave da febre amarela

 28/02/2018 - Publicado há 6 anos

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O número de casos de febre amarela continua a subir. Em contrapartida, houve diminuição na procura da vacina contra a doença. Segundo números da Secretaria de Saúde, pouco mais de 45% do público esperado compareceu aos postos. Em entrevista à Rádio USP, a professora Marta Heloísa Lopes, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina (FM) da USP e médica responsável pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais do Hospital das Clínicas, contou a possível causa da baixa adesão à vacina, além de ressaltar a importância da vacinação.

Para a professora, não falta informação a respeito da doença. Um provável motivo para a população estar deixando de se vacinar é o receio com a distribuição das doses fracionadas da vacina e não da dose plena, distribuída anteriormente. Marta Heloísa esclarece que a dose fracionada é tão eficaz quanto a integral, e há estudos que comprovam isso.

Outra possível razão é o medo da reação à vacina. A especialista explica que o risco de doença viscerotrópica, nome dado à reação, existe, mas é muito baixo. A estimativa é de apenas 0,4 casos por 100 mil vacinados. As formas graves de reação ocorrem geralmente em indivíduos com a imunidade baixa, que não são aconselhados a tomar a vacina. Entre a população com imunidade estável, o risco de ter a febre amarela e desenvolver uma forma grave da doença é maior do que a doença viscerotrópica, por este motivo, estar vacinado é de suma importância.

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