Guia orienta pediatras sobre transexualidade

O psiquiatra Alexandre Saadeh fala sobre o manual elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria

 27/10/2017 - Publicado há 6 anos

A Sociedade Brasileira de Pediatria preparou um manual para orientar os médicos da especialidade sobre como atuar nos casos de crianças que não se identificam com o seu gênero biológico, a chamada disforia de gênero, condição marcada pelo descompasso entre o sexo biológico e a identidade de gênero. Sobre isso fala o psiquiatra Alexandre Saadeh, coordenador do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que participou da elaboração desse manual.

Ele diz que o guia apresenta linguagem clara e acessível, de maneira a ser de fácil compreensão mesmo para aqueles que não são profissionais de saúde. Além disso, existe uma preocupação muito grande no cuidado em abordar o tema da disforia de gênero. “O guia toma um cuidado muito grande em não colocar essa questão como uma doença”, explica o médico, “mas como um diagnóstico clínico que merece acompanhamento, até porque a maior parte das famílias se incomoda com a questão”.

Segundo Saadeh, quanto mais jovem se é, mais complexo se torna o diagnóstico, embora algumas crianças por volta de 3 a 5 anos já deem mostras de que possam vir a ser um transexual em sua vida adulta. Por isso, é importante acompanhar com cuidado a criança e a família, não se esquecendo de que, muitas vezes, a própria escola precisa ser orientada a respeito do assunto.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.