Para oficializar a assinatura do Convênio de Cooperação entre o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e o Instituto de Geociências (IGc) da Universidade de São Paulo, será realizada nesta terça-feira, dia 12 de dezembro, às 9h, a mesa-redonda Monitorando, entendendo e gerenciando: o caminho da sustentabilidade das águas subterrâneas no Estado de São Paulo. O encontro ocorrerá no Salão Nobre do Instituto (r. do Lago, 562, Cidade Universitária, São Paulo), e conta com sessão de abertura com o professor e diretor do IGc Caetano Juliani e da superintendente do DAEE Mara Ramos. Na sequência, a mesa-redonda é coordenada pelo geólogo José Eduardo Campos (DAEE), com palestras de Emílio Prandi (ex-DAEE) e Ricardo Hirata (IGc-USP). Haverá transmissão ao vivo pelo Canal do YouTube.
A iniciativa do evento é fruto do Projeto Soluções Integradas de Águas para Cidades Resilientes (Sacre), que é uma das maiores cooperações de pesquisa e políticas públicas em recursos hídricos, com foco central em hidrogeologia, do Estado de São Paulo. O Sacre é também uma grande rede ao englobar as instituições paulistas de ensino – USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); pesquisa (Instituto de Pesquisas Ambientais-IPA e Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT); e de governo DAEE, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo. (Semil) e (DAE-Bauru), consorciadas às universidades japonesa de Hiroshima e canadense de Waterloo, que trabalhando lado a lado buscam alcançar respostas aos problemas de água paulistas.
Recursos hídricos
As águas subterrâneas são o recurso natural mais extraído do subsolo brasileiro, sendo o Estado de São Paulo o seu maior usuário. Mais de 75% de suas cidades são supridas total ou parcialmente pelas águas extraídas de aquíferos, estendendo o serviço público a 35% dos paulistanos. Há mais de meio milhão de poços tubulares privados, que complementam a rede pública, e muitas vezes garantem a segurança hídrica de centenas de cidades como São Paulo, São José do Rio Preto, Bauru e São José dos Campos. As águas dos aquíferos também têm um papel ecológico fundamental em São Paulo, pois as descargas de aquíferos aos rios asseguram a sua perenidade e mantêm os seus serviços e sua biota. Tal importância obriga o Estado a ser o guardião das águas subterrâneas, através da promoção do bom uso, gerenciamento e correta governança dos recursos hídricos, que somente poderão ser alcançados se houver conhecimento técnico e científico adequado dos aquíferos e suas relações com os outros componentes do ciclo hidrológico.
As águas subterrâneas fluem e o seu entendimento não deve ser limitado aos estudos situacionais, mas sim através do acompanhamento de sua dinâmica ao longo do tempo, sobretudo influenciadas pelas mudanças climáticas globais. Por essa razão, são fundamentais as redes de monitoramento da piezometria de aquíferos. A interpretação de seus dados ao longo do tempo permite estimar, por exemplo, a recarga dos aquíferos e como os novos normais climáticos afetam a disponibilidade desse recurso. Mas redes longevas e bem mantidas não são suficientes para transformar dados em gestão, a interpretação correta e igualmente sistemática é vital. É o que se propõe o Acordo de Cooperação entre o DAEE e o IGc-USP. O DAEE, órgão gestor dos recursos hídricos paulistas, criou, opera e está expandindo a rede de monitoramento hidráulico dos aquíferos. Esta instituição também é responsável pelos processos de outorgas e da gestão dos recursos hídricos, que enfrenta igualmente grandes desafios. Já o IGc-USP, através do seu Centro de Pesquisas de Água Subterrânea (Cepas|USP), é um dos mais tradicionais grupos de investigação e desenvolvedor de tecnologias em águas subterrâneas do País e pode com essa experiência apoiar e trabalhar conjuntamente com o DAEE na solução desses desafios.
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O evento será transmitido ao vivo pelo Canal do YouTube
*Texto Thalita Almeida, Assessoria de Comunicação do IGc/USP