A técnica da compostagem envolve a reciclagem de restos de materiais orgânicos alimentares que são misturados a folhas e podas de jardim e se transformam em um condicionador de solo, ou seja, um composto orgânico (adubo) rico em nutrientes que deixa o solo em excelente condição para o crescimento das plantas.
Diagnóstico preliminar sobre resíduos orgânicos do USP Recicla de Ribeirão Preto identificou que são gerados 800 quilos por dia nas cozinhas/copas das cantinas das unidades e no refeitório central, com potencial para reciclagem via biodigestão ou compostagem.

Parte desses restos de materiais orgânicos do campus da USP em Ribeirão Preto já é depositada em sete composteiras distribuídas em várias unidades, com apoio do USP Recicla, iniciativa da Superintendência de Gestão Ambiental de Ribeirão Preto (SGA-RP).
A primeira composteira foi implantada em 1997 na casa de hóspedes da Prefeitura do Campus (PUSP-RP). Logo depois, em 2000, foi inaugurada a do Centro de Tecnologia da Informação (CeTi-RP). E, em 2013, foram instaladas na Faculdade de Direito (FDRP), na Creche Carochinha e na Escola de Educação Física e Esportes (EEFERP). Em 2015, foi a vez das faculdades de Ciências Farmacêuticas (FCFRP) e de Odontologia (FORP) e na casa 19 da Faculdade de Medicina (FMRP).
Na composteira da Creche Carochinha, um dos responsáveis pela manutenção é o auxiliar de serviços gerais José Roberto Cassandri. “O trato é diário e os resíduos da cozinha como cascas, restos de frutas e outros alimentos são reciclados.” O composto orgânico é usado nos jardins e horta da creche. Cassandri revela que é feito um trabalho anual com as crianças para conhecerem a técnica de compostagem.
Desperdício e descarte de alimentos
O relatório de 2013 da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) afirma que 33% de todo o alimento produzido no mundo se torna lixo. A compostagem, além de outras estratégias para redução do desperdício, é uma maneira de minimizar os impactos desse descarte na natureza.

Segundo o engenheiro e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), João Tinoco Pereira Neto, em seu Manual de Compostagem, referência para o programa USP Recicla, essa “é uma técnica controlada de decomposição ou degradação de materiais orgânicos pela ação de microrganismos em um meio aerado, que ao final do processo é produzido composto orgânico fertilizante de solo”.
Resto alimentar, cascas, borra de café, ossos, caroços, galhos, plantas, folhas e serragem podem ser separados para a compostagem. Essa técnica simples e de baixo custo pode ser feita em casa, em apartamento e em qualquer outro pequeno espaço de terra.
Para criação de uma composteira é obrigatória a licença ambiental, de acordo com a Resolução SMA nº102 de 20/12/2012; entretanto, ficam dispensadas de licença aquelas que receberem até 100 kg de restos por dia.
Aprenda a fazer sua composteira
Para compostar, basta misturar restos alimentares com folhas secas ou podas de jardim, na proporção de um para três: por exemplo, 500 gramas de restos de alimentos para 1,5 kg de folhas e podas. É necessário aerar, ou seja, mexer a composteira de uma a duas vezes por semana, para garantir oxigênio por toda sua área, além de cuidar para que haja equilíbrio de umidade – nem seca nem encharcada de água. Não se deve cavar buracos nem cobrir com lonas, para não impedir a aeração do monte, orientam especialistas.
Ao final de dois meses seu composto estará maduro, com a pilha fria, cor e cheiro de terra molhada e com minhocas. O composto aumenta a fertilidade do solo e pode ser usado em vasos, hortas e jardins.
A Superintendência de Gestão Ambiental de Ribeirão Preto promove, bimestralmente, oficinas que introduzem os conteúdos básicos de tratamento de resíduos orgânicos e a prática de técnicas de compostagem que podem ser feitas em residências.
Composteiras também podem ser feitas em residências – Fotos: Divulgação
Giovanna Grepi / Serviço de Comunicação Social do Campus de Ribeirão Preto