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“Os chamativos anéis no entorno de Saturno fazem mais do que apenas circundar o sexto planeta do sistema solar – a sua desintegração tem causado o aquecimento da atmosfera do gigante gasoso”. Esta foi a conclusão a que chegou um novo estudo com dados antigos do telescópio Hubble e três missões espaciais que observaram o planeta, como descreve a nova edição do boletim Dia e Noite com as Estrelas (DNCE), produzido por alunos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), do Instituto de Física (IF) e da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. O conteúdo é gratuito e está disponível para download no site do IAG neste link.
A matéria Astrônomos descrevem que anéis de Saturno têm aquecido sua atmosfera aponta que o fenômeno foi descoberto após identificar um excesso de radiação ultravioleta na mesma frequência da emitida pelo hidrogênio quente na atmosfera de Saturno. O dado, porém, não poderia ser explicado pelos efeitos sazonais do Sol sobre o planeta. Segundo a pesquisa, liderada pelo astrofísico Lotfi Ben-Jaffel, o aumento da radiação é causado por agentes externos que estão aquecendo a atmosfera superficial do planeta.
Observações na década de 1980, realizadas por duas sondas Voyager da Nasa, já haviam identificado o excesso de radiação, mas na ocasião os dados foram considerados como ruído nos detectores. “Foi pela análise das medições feitas tanto pelas missões Voyager, quanto pelo telescópio Hubble e pela missão Cassini, que passou por Saturno em 2004, que o estudo chegou à conclusão de que representavam um fenômeno real. Entre as explicações mais prováveis para elucidar o fenômeno está a possibilidade de que partículas dos anéis estejam caindo em direção ao planeta e aquecendo a sua atmosfera”, informa o boletim.
Aquecimento global
A edição de abril traz ainda outras matérias, como 2022: Sexto ano mais quente registrado na história humana, que aponta 2022 como um ano que apresentou médias de temperatura globais de 0,89°C acima da média para o período de base (1951 – 1980) utilizado pelo Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa – o valor empata com o quinto lugar, 2015, completando a série histórica dos dez valores mais altos, todos registrados após 2010. “São dados preocupantes, já que uma variação de poucos graus implica severas consequências climáticas aos ecossistemas. Eventos de proporções catastróficas até então tidos como atípicos marcaram 2022. Ondas de calor foram registradas por todos os continentes, ocasionando grandes incêndios como na Califórnia e na Austrália. Chuvas fortes e enchentes também marcaram diversos países como Brasil, Paquistão, China, Alemanha, Austrália e África do Sul”, alerta a matéria.
Há ainda curiosidades, como Ondas sísmicas no Sol e nas estrelas, que mostra a ocorrência do fenômeno não só no interior da Terra, mas também no Sol e nas estrelas, como detectou o físico Robert Legihton. Ou ainda a importância da vida para o planeta, que a partir de um modelo simulado, sugere que a vida impacta o planeta ao longo do tempo, podendo ser prejudicial ou favorável.
O projeto também convida o público para o Noite com as Estrelas, evento gratuito de observação noturna dos céus que ocorrerá no Observatório Abrahão de Moraes, localizado em Valinhos, nos dias 26, 27 e 28 de maio. O DNCE está disponível gratuitamente para leitura e pode ser conferido clicando aqui . Para receber os boletins, basta se inscrever na mailing list do núcleo, por meio deste link. Mais informações pelo e-mail: contatodncestrelas@