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O Museu do Ipiranga abre suas portas para comemorar os 470 anos da cidade de São Paulo. Uma festa que recebe a população para apresentar uma nova história de desafios, esperança. E arte. A partir das 9 horas, todos estão convidados para acompanhar o Coral Heliópolis do Instituto Baccarelli, iniciativa pioneira de transformação e inclusão social que, há mais de 26 anos, incentiva a música na educação das crianças da comunidade Heliópolis.
O coral, que está sendo reconhecido como um dos principais grupos sinfônicos jovens do Brasil, com projeção internacional, traz um repertório especial para a data. “O Museu do Ipiranga sempre recebe muitos visitantes no dia 25 de janeiro. É o lugar certo para comemorar o aniversário de São Paulo. Sempre foi assim… Mas em seus 470 anos, recebe uma homenagem merecida”, diz Solange Ferraz de Lima, professora do Departamento de História da Universidade de São Paulo e do Museu Paulista, onde foi diretora de 2016 a 2020.
“A presença sempre maciça de crianças e adultos é o maior sinal de que os habitantes de São Paulo veem o museu como um lugar onde se reconhecem e se conectam com a urbe”, destaca a historiadora. “E, desde 2022, podemos oferecer um museu acessível, crítico, mas também diverso e belo, como um merecido presente à sociedade brasileira.”
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O público também está convidado para conhecer os espaços da instituição. E conferir Uma História do Brasil, exposição que ocupa o saguão, a escadaria e o salão nobre, espaços decorados com esculturas e pinturas que trazem uma versão da formação do País. Também vai ter muito para questionar e refletir ao observar Passados Imaginados, com imagens já conhecidas e divulgadas em livros escolares. Porém, trazem conceitos que vêm sendo muito discutidos atualmente porque, segundo os estudiosos, são representações feitas a partir de visões elitistas, que desvalorizavam os indígenas e negros.
Outra exposição importante é Para Entender o Museu, com dois temas principais: a construção do Edifício Monumento e as transformações do acervo no decorrer de sua história. Os visitantes vão voltar no tempo para ver o edifício construído entre 1885 e 1890. E observar que, em seu início, o museu reunia coleções variadas de botânica, zoologia, etnologia, mineralogia e arte. Mas, no decorrer dos anos, esses acervos foram sendo transferidos para outras instituições. Parte da coleção de arte também foi cedida para a Pinacoteca do Estado de São Paulo. O objetivo dessas transformações era fazer do Ipiranga um museu especializado em história. E graças ao trabalho da direção e dedicação de sua equipe, destaca-se como um dos mais importantes do País.
“O Museu do Ipiranga se conecta com a cidade pelas coleções que abriga com numerosos objetos, imagens e documentos textuais que pertenceram a moradoras e moradores de São Paulo”
Solange conta que ao longo do período em que o edifício esteve fechado para diagnóstico e obras, acompanhou muito de perto as reações da sociedade. E pôde constatar o quanto o Museu do Ipiranga fazia falta para a cidade. “A população se manteve muito atenta ao processo de restauro e ampliação, acompanhando nas redes sociais, participando das festas que realizamos no parque nos dias 7 de Setembro e também das atividades em 25 de Janeiro.”
Quando o museu estava em obras, a equipe fez vários festivais de grafite nos tapumes das obras. “Agora é muito bom ver a alegria e o orgulho de quem mora na cidade de São Paulo diante da reabertura do novo museu”. Na avaliação da professora, o edifício, restaurado em todos os detalhes, materializa, de forma simbólica, a relação da população com a história de São Paulo.
“A entrada, localizada no jardim, com a continuidade do piso de pedras portuguesas, é um convite aos visitantes. Expressa esse contínuo entre o chão da cidade e o chão do museu como a dizer que este é um lugar para visitar sempre, para estar, assim, à toa, para socializar ou para aprender”, observa Solange. “O museu se integra com a história de São Paulo também por sua presença na paisagem monumental que construiu apontada em incontáveis imagens urbanas. Também se conecta com a cidade pelas coleções que abriga com numerosos objetos, imagens e documentos textuais que pertenceram a moradoras e moradores de São Paulo. As exposições hoje são ainda mais representativas da nossa diversidade social e cultural. Críticas, abordam temas atuais e estão alinhadas com o seu tempo. Comemorar os 470 anos de São Paulo é também reconhecer esta cidade com suas contradições e seus contrastes.”
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O Museu do Ipiranga (ou Museu Paulista da Universidade de São Paulo) está localizado no Parque da Independência, com entrada pela R. dos Patriotas, nº 20. Neste dia 25 de janeiro, a entrada é gratuita para todos os públicos. O evento começa às 9 horas e se estende até as 17 horas. Mais informações na página do museu ou pelo Facebook.