Há quatro semestres à frente do Jornal do Campus (JC), produção impressa e quinzenal do curso de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, o professor Alexandre Barbosa foi indicado ao prêmio Professor Imprensa, na categoria Coordenador de Jornal-Laboratório, e é um dos cinco finalistas da região Sudeste. A premiação é promovida pela Revista Imprensa e o Portal Imprensa. Agora, ele segue concorrendo na etapa de votação popular, que irá definir os vencedores da terceira edição do projeto. A votação irá até o dia 31 de outubro e deve ser feita acessando aqui.
Os participantes do prêmio são indicados por estudantes ou ex-estudantes de comunicação pela realização de um trabalho inspirador, chegando às finais aqueles com maior número de indicações.
Alexandre Barbosa conta que, apesar de ser quinzenal, o JC demanda um esforço diário dos alunos e chegar à final demonstra que conseguiu cumprir parte de seus objetivos como orientador de um trabalho tão exigente. “Eu quero que o JC seja um momento marcante na vida dos alunos e estar entre os finalistas mostra que, pelo menos, eles se sentiram felizes com isso. Já me sinto realizado nesse quesito”, comenta.
A estudante de Jornalismo Natália Belizario Silva, que passou pelo jornal no primeiro semestre deste ano, reforça as homenagens ao professor e conta que as críticas e o auxílio que recebeu dele a motivaram a crescer a cada edição. “Não foi um processo fácil, mas eu sinto que o JC foi a disciplina mais importante do curso até agora e o empenho do Alexandre em fazer com que ela desse certo, apesar de todas as dificuldades, me motivou a levar tudo muito a sério”, lembra.
O professor explica que se sentiu honrado com a indicação e que ela representa mais do que uma forma de reconhecimento por um trabalho bem-feito. “Isso aumenta a minha responsabilidade de continuar tentando fazer um trabalho à altura do que os alunos e do que o curso merecem e é uma forma de me dar combustível para minhas outras atividades”, pontua. Professor temporário, em seu último semestre de atuação no JC, Barbosa também leciona em outras instituições.
Atualmente, o curso de Jornalismo da Universidade conta com quatro jornais-laboratórios impressos, sendo o JC o maior deles: são 16 edições com 16 páginas ao longo de um ano. Voltado à comunidade uspiana – alunos, professores e funcionários -, nele são reportados acontecimentos relacionados à USP de forma independente editorialmente, ou seja, sem que seu conteúdo sofra influência institucional ou de entidades estudantis e profissionais.
Atuando na coordenação do jornal ao lado dos professores Luciano Guimarães e Wagner Souza – responsáveis, respectivamente, pela orientação da produção visual e produção fotográfica -, Barbosa responde pela orientação editorial da produção. É ele quem auxilia os alunos a pensarem quais são as pautas mais relevantes de serem abordadas, ou seja, o que pode virar notícia, e qual a melhor abordagem para dar a elas, quem acompanha o desenvolvimento e apuração das reportagens e quem realiza a revisão final de todos os textos. “É um trabalho de fôlego. Eu observo com carinho todos os textos, não só do ponto de vista pedagógico, mas também jornalístico”, observa.
Um jornal com risco de acabar
Ele destaca que o fato de o Jornal do Campus ter entrado para a premiação mostra não só o engajamento dos alunos, mas também a importância que ele tem para o curso de Jornalismo e para todos aqueles que o recebem.
Apesar disso, a impressão do Jornal do Campus – assim como a de todos os outros três jornais-laboratórios do curso – corre o risco de acabar por problemas orçamentários envolvendo a aprovação de uma nova licitação que, conforme explica Barbosa, compromete o funcionamento de todo o Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) da USP. O professor ainda chama a atenção para a importância pedagógica representada pela realização do JC, apesar dos questionamentos existentes em relação à manutenção de sua impressão. “O fato dele ser impresso traz aprendizagens para os alunos que são importantíssimas. Os problemas de orçamento pelos quais passa o JC têm que ser superados em razão do benefício pedagógico que ele traz”, conclui.