Uma nova cátedra criada na USP, em Ribeirão Preto, terá como foco estudos sobre a educação, setor apresentado como “uma questão tão crucial para o nosso país”, segundo o atual coordenador local do Instituto de Estudos Avançados (IEA-RP) e professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, Antonio José da Costa Filho.
A instalação da cátedra celebra os dez anos de atividades do IEA-RP. Ela foi batizada de Sérgio Henrique Ferreira, cientista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP que, na década de 1960, fez descobertas sobre o veneno da cobra jararaca que deram origem ao anti-hipertensivo mais usado até hoje, o captopril.
Para assumir a cátedra Sérgio Henrique Ferreira, foi convidada uma figura marcante na educação brasileira, o professor Mozart Neves Ramos, atual diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna. O catedrático é doutor em Química pela Unicamp e tem pós-doutorado em Química pela Politécnica de Milão, Itália. Também foi reitor da Universidade Federal de Pernambuco, presidente-executivo da organização Todos pela Educação e membro do Conselho Nacional de Educação.
Entusiasmado com o crescimento do IEA-RP, tanto no campus quanto na cidade de Ribeirão Preto, e com a atuação do diretor do Instituto Ayrton Senna, Costa Filho vislumbra poder “contribuir de maneira prática e imediata para melhoria dos padrões de educação na cidade de Ribeirão Preto, que possa ser expandida para cidades de médio porte”. E educação é apenas uma das áreas trabalhadas pelo IEA-RP, que desenvolve ainda atividades em saúde e tecnologia para promover políticas públicas e encaminhamentos de soluções.
O lançamento da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, financiada pelo Santander Universidades, ocorreu no dia 9 de dezembro, em evento comemorativo dos dez anos do IEA-RP em seu Espaço de Eventos, no campus da USP em Ribeirão Preto. A posse do catedrático será em março de 2020.
Com dez anos, mas já no futuro
O primeiro coordenador do IEA-RP, professor Oswaldo Baffa Filho, conta que atividades eventuais realizadas pelo IEA no campus de Ribeirão Preto fomentaram a instalação do polo na cidade. Eram debates de temas “relativamente complexos e que envolviam as diversas unidades do campus”, lembra o professor.
Assim, em novembro de 2009, o IEA-RP foi inaugurado e, ao longo desses dez anos, exposições, cursos, lançamentos de livros, exibição de filmes e eventos científicos atraíram cada vez mais público, da academia e da sociedade em geral. De 19 atividades e 1.250 pessoas alcançadas em 2012, fecharam 2018 com 43 realizações e um público de 5.650 pessoas.
Tanto o primeiro como o atual coordenador do IEA-RP reconhecem a importância da história desses dez anos para o sucesso do polo. Saíram de “uma salinha modesta no Centro de Tecnologia da Informação para uma sede própria, bem localizada, sempre preocupados com temas importantes para a sociedade moderna.”
“Mas o futuro é agora”, enfatiza o professor Costa Filho. Animado com o lançamento da cátedra, ele acredita que, num futuro próximo, o IEA-RP estará contribuindo de maneira prática para a solução de questões importantes para Ribeirão Preto e para o País.