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Uma visão fascinante sobre a missão espacial Gaia e suas recentes descobertas de buracos negros dormentes na Via Láctea é o que traz a mais nova edição do Boletim Dia e Noite com as Estrelas (número 6, ano 5). A descoberta desse tipo de buraco negro é muito difícil e rara e até o momento só foram encontrados três desses corpos, graças à extrema precisão das medidas das posições, dos movimentos e das distâncias realizadas no âmbito da missão espacial Gaia. O mais recente, chamado de Gaia BH3, “é excepcional devido à sua massa: 33 vezes a massa do Sol, enquanto que a média dos buracos negros de origem estelar encontra-se em torno de 10 massas solares”, afirma o professor e coordenador da publicação, Ramachrisna Teixeira, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. A edição de junho está disponível para download gratuito neste link.
Ainda nesta edição, os leitores vão encontrar informações sobre as Estrelas de Hawking. No artigo escrito por por Ágatha de Lima Cegantine (aluna do ensino médio da Escola Estadual Luiz Antônio Fragoso, na Cidade Patriarca, em São Paulo), ela explica que “há mais ou menos 50 anos, foi postulada a ideia de que algumas estrelas ao se formarem poderiam capturar e ter em seus centros pequenos buracos negros primordiais (aqueles formados nos instantes iniciais do universo). Nesse caso, o brilho das estrelas, total ou parcialmente, resultaria não mais da fusão nuclear, mas sim da interação entre o buraco negro e a matéria estelar que o alimenta”. Segundo ela, essas são as Estrelas de Hawking e, como o próprio nome explica, foram objeto de estudo do renomado físico teórico Stephen Hawking.
“O que se encontra por trás da beleza das auroras?”, por Luiza Correa, do IAG, fala sobre As Auroras Boreais (luz do norte) no Hemisfério Norte e Austrais (luz do sul) no Hemisfério Sul, que geralmente são observadas de localidades mais próximas aos polos, em altas latitudes. Porém, afirma a autora, há algumas semanas, elas puderam ser observadas em regiões onde raramente são vistas, como no Reino Unido e nos países mais ao sul da América Latina. Segundo ela, as auroras boreais ocorrem por conta de tempestades geomagnéticas, que acontecem quando o campo magnético da Terra, que funciona como um escudo para o planeta, é perturbado por partículas carregadas provenientes do Sol, e a tempestade solar deste ano foi a mais forte observada nas quase últimas duas décadas, de acordo com a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). E ainda adianta: “As auroras podem continuar a ocorrer neste ano devido a este pico de atividade solar que estamos presenciando”.
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O boletim ainda traz um artigo sobre o paradoxo de Fermi, importante por seu vínculo com o futuro da humanidade: “Se existem civilizações alienígenas avançadas, por que não as encontramos? Como seria o contato? E se não há tais civilizações, estamos fadados à extinção, por um grande filtro no nosso futuro? Ou seremos os primeiros a colonizar a galáxia?”, como questiona o professor Otavio Moreira (Instituto de Física da USP) no artigo; e ainda um texto sobre o solstício de inverno no Hemisfério Sul, desmistificando a relação entre fenômenos astronômicos e meteorológicos.
O Dia e Noite com as Estrelas surgiu em setembro de 2020, produzido por alunos do curso de Astronomia do IAG e do Instituto de Física (IF), com coordenação de Ramachrisna Teixeira, em colaboração com Roberto Boczko, ambos professores do IAG. A publicação é mensal e gratuita, e encontra-se disponível para leitura no site do IAG-USP. Acesse as edições anteriores clicando aqui. Caso queira recebê-lo diretamente, inscreva-se na lista de transmissão. Mais informações pelo e-mail: contatodncestrelas@gmail.com.