
A última edição do boletim Dia e Noite com as Estrelas seleciona as principais notícias da astronomia do último mês. Disponível gratuitamente e on-line, o boletim mensal está em sua 20ª edição.
Na publicação, um dos pesquisadores diretamente envolvidos com a Missão Espacial Gaia comenta os achados do mais recente conjunto de dados observados pelo satélite Gaia. Considerada uma revolução na base do conhecimento astronômico, a missão conta com a atuação de Ramachrisna Teixeira, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP e coordenador do Observatório Astronômico da USP em Valinhos, interior de São Paulo.
Os dados do satélite Gaia são divulgados a cada dois anos. De acordo com Teixeira, a última leva é mais precisa e mais rica que as anteriores, apresentando novos objetos e novas categorias. “São 1,9 milhão de quasares com posições, brilhos, cores e redshifts medidos. Para 60 mil deles, foram detectadas suas galáxias hospedeiras, e para 15 mil delas pudemos determinar suas características morfológicas”, informa.
Teixeira assina ainda outro artigo sobre a chegada do inverno no Hemisfério Sul. No texto, o professor desmente a ideia de que a noite do solstício do inverno seja a mais longa do ano. Na verdade, “as últimas noites do outono e as primeiras do inverno têm, praticamente, a mesma duração”, explica. O professor conta que outros fatores influenciam esta duração.
Outra notícia destaca um estudo do Texas que elegeu os exoplanetas com características semelhantes às da Terra. A busca por jovens planetas selecionou os melhores candidatos e estimou alguns critérios para definir o quão habitável um exoplaneta pode ser.
Na seção curiosidades, o boletim apresenta o Gnômon, um dos primeiros instrumentos utilizados em medidas astronômicas, e também uma conversa sobre chuvas de meteoros. Já no especial, uma visão de universo sem limites de Giordano Bruno e o impacto de seu pensamento na sociedade da época. A visão guarani sobre o céu é apresentada no boletim, que reproduz reportagem da Gazeta do Povo sobre o professor Germano Bruno Afonso, um dos maiores difusores da Astronomia Indígena Brasileira. Afonso faleceu em agosto de 2021, aos 71 anos, em decorrência da covid-19.
“Para o indígena do Brasil, a Terra nada mais é do que o reflexo do céu. Então,
toda a explicação está lá em cima: a origem do Universo, a criação do ser humano
e a relação com o meio ambiente” – Germano Bruno Afonso (1950-2021)
Confira a última edição do boletim aqui.
Saiba mais em: https://www.iag.usp.br/astronomia/boletim_dnce